E a escolhida é... a Honda Integra, nome de código NC700D!
Trata-se de uma unidade ainda de 2012, pelo que corresponde à primeira série.
![]() |
Imagem: Honda |
A Integra nasceu com base num protótipo datado de 2010, a New Mid Concept, que tive oportunidade de ver ao vivo na Eicma desse mesmo ano.
A ideia base que esteve na génese do conceito era a de conseguir conciliar com equilíbrio a proteção, facilidade e o sentido prático de uma scooter, com a dinâmica e comportamento de uma moto.
Parece fácil, mas não é.
Aliás, se fosse fácil haveria muito mais propostas neste segmento híbrido, mas a verdade é que a Integra é, ainda hoje, uma proposta única no mercado, que não foi copiada por ninguém.
Adicionalmente a esta simbiose entre scooter e moto, a Honda propunha-se oferecer de série dois grandes trunfos.
O primeiro era a sofisticada transmissão de dupla embraiagem, que correspondia a uma evolução da primeira DCT instalada na topo de gama VFR1200.
Esta transmissão permite uma utilização próxima das sensações directas de uma caixa de velocidades tradicional, com a vantagem de ter disponíveis três modos: um drive automático, um modo sport e um modo totalmente manual. Tudo isto era um mundo novo face ao delay típico das embraiagens de variação contínua presentes nas scooters modernas. E sem qualquer perda de facilidade de utilização.
O segundo era um motor radicalmente diferente, em conceito, tecnologia, economia e facilidade de manutenção.
Este motor de 670cc nasceu de uma folha em branco, em que a Honda fez questão de ouvir as necessidades de utilização real dos seus clientes. Deste estudo saiu um motor compacto, leve, com um baixo centro de gravidade, que privilegia o binário a baixa e média rotação, e ao mesmo tempo permite consumos muito comedidos e intervalos de manutenção alargados face a propostas de capacidade equivalente.
Muitos desdenham este motor. Eu sou adepto de motores rotativos, mas não me apetece sempre um motor rotativo. Pelo contrário, é muito raro estar suficientemente entusiasmado para precisar dele na vida real. É por isso que este motor faz muito sentido numa scooter-moto de utilização diária. É suave, disponível e elástico na faixa em que tem que o ser.
Apesar de em Portugal ter ficado longe do sucesso que atingiu noutros mercados com mais expressão, a Integra ainda se mantém no catálogo, oito anos depois. É uma scooter-moto que custa, a preço de hoje, cerca de dez mil euros. Bastante acima das NC750X e S, e abaixo da X-ADV.
Ainda é um conceito válido e parece-me, hoje, uma scooter-moto muito mais moderna do que a idade faria supor.
Nos primeiros dias com a minha Integra consegui rolar por pouco mais de duzentos quilómetros. Ainda muito pouco para descobrir se a Honda conseguiu fundir o melhor de uma scooter com uma moto.
O que vos parece a Integra?
![]() |
Primeira Viagem: Três DCT: X ADV, Integra, Africa Twin |