domingo, 26 de outubro de 2014

Restauro ?








No editorial deste mês da revista Motor Clássico, o seu director, Adelino Dinis, faz uma breve incursão pela história dos Concursos de Elegância Automóvel. De acordo com Adelino, existe um antes e um depois de Pebble Beach, nos EUA, há cerca de 50 anos. A evolução que se registou depois, a reboque da progressão técnica e do crescente interesse pelos clássicos, trouxe-nos restauros cada vez mais perfeitos. A par destes, a avaliação pelos jurados especialistas de nível internacional, neste tipo de concursos, também foi mudando. "Mas chegou um ponto em que, para ganhar, proprietários e profissionais faziam, literalmente, carros 100 por cento novos. Eram automóveis autênticos que pareciam réplicas." - escreve o Adelino.


O modo como a FIVA (Federação Internacional do Veículo Antigo) reagiu a este ponto aparentemente sem retorno foi interessante: os parâmetros mudaram e o foco passou a ser dirigido para a preservação e autenticidade. A filosofia do restauro é o grande critério matriz. E para um olhar treinado é relativamente fácil perceber se o objectivo foi salvar o máximo de componentes originais ou, pelo contrário, refazê-los na íntegra, obtendo-se como resultado um veículo que quase nada tem do que saiu de fábrica. "À medida que entra o brilho de algo feito agora, sai a história do objecto original".


Esta recente abordagem, que começou a ser posta em prática no concurso mais importante da Europa, Villa d´Este, mas já está a ser aplicada pelos jurados nos melhores concursos, determina algo muito simples: o estado "melhor do que novo" deixou de ser desejável. Ou seja, a reconstrução total, que é uma actividade nobre, dispendiosa e difícil, não é vista como arte. "A arte está em recuperar tudo o que pode ser salvo e substituir apenas o que está perdido". É ainda mais caro e difícil. Porém, preservar ao máximo a autenticidade é, nos padrões de hoje, o caminho certo para o restauro.



Imagem: Rui Simões  

sábado, 25 de outubro de 2014

3ª Regularidade VCL - 2014 (IV)






Mais postais ilustrados da 3ª Regularidade Moderna do Vespa Clube de Lisboa, com alguns dos instantâneos captados por outras objectivas que não só a minha, cortesia do Miguel Lázaro e do Rui Simões, devidamente identificadas no final do post.







































Imagens nº 3, 4, 6, 9, 10, 13 de Miguel Lázaro
Imagens nº 5 e 7 de Rui Simões

domingo, 19 de outubro de 2014

3ª Regularidade VCL - 2014 (III)





O VCL levou ontem à estrada a 3ª edição da sua Regularidade Moderna, na bela vila de Sintra, capital do romantismo.

Numa manhã chuvosa e traiçoeira, com o nevoeiro a pairar às primeiras horas da manhã, foi preciso querer muito repetir edições anteriores ou experimentar pela primeira vez este formato, para vestir os fatos de chuva e fazer parte da caravana de vinte e um bravos scooteristas que disputaram a classificação. 














Dezoito terminaram, lidando com um roadbook que não impunha desafios extremos de navegação e apresentava uma extensão cerca de trinta por cento inferior à de 2013. Porém, escondia inéditos doze controlos que obrigavam a constantes visitas ao relógio e ao odómetro, para manter a média imposta de trinta quilómetros por hora, o que obrigou os mais rápidos a moderar bem o seu andamento, para não penalizarem por avanço. 









As subidas à Pena, com uma árvore a barrar o caminho e a ser serrada pelos bombeiros enquanto a Bianca, de zero no escudo, passava a abrir a estrada, foi apenas uma das peripécias que todos levaram na bagagem no final do evento, para além de pontos de penalização e um almoço servido bem a horas, a justificar o acerto do formato compacto e a validade da ideia de duplicar o percurso por via de uma segunda volta.

Quem rolou pelas estradas de Sintra pôde assistir à beleza e às singularidades desta paisagem de contos de fadas, incluindo o seu microclima particular, que fazia com que os concorrentes, num perímetro de cerca de vinte quilómetros, tivessem que alternar piso seco e céu entreaberto, com estrada húmida, chuva, nevoeiro, e tudo isto em duas voltas, a fazer lembrar as Ardenas belgas. 










Por um percurso que mostrou os troços clássicos do antigo Rali de Portugal, como Sintra, Peninha e Lagoa Azul, passámos também por pérolas como o Palácio da Pena, Monserrate, o Monte da Lua ou a Regaleira, a merecerem visitas sem cronómetro no bolso. 

O bom e o mau piso alternaram, e toda a destreza dos concorrentes foi convocada para a serra serpenteante, a obrigar à constante gestão de máquinas e concentração, em especial nas descidas mais técnicas, numa combinação de empedrado molhado com relva e musgo. 









A verdade é que ninguém caiu, e foram muitos os sorrisos à chegada, a provar que quem vem, volta. Com mais ou menos pontos na bagagem. Aguardemos, pois, por 2015.






Imagens nº 5, 6, 7, 8, 9, 10 de Miguel Lázaro

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

3ª Regularidade VCL - 2014 (II)





A prova deste ano, a ter lugar já no próximo sábado em Sintra, é composta por um percurso compacto com cerca de 37 kms, mas percorrido por duas vezes, totalizando portanto 74 kms. A média a cumprir será de 30kms/h, o que equivale a 1km por cada 2 minutos. No total são 2h28m para fazer 74 kms. Parece fácil e pouco, mas posso garantir que será mais difícil na prática do que no papel. A navegação terá que ser rigorosa e num ritmo constante. É esse o desafio !

O objectivo da regularidade é que o participante se apresente nos vários controlos na sua hora ideal, nem adiantado nem atrasado, para que não acumule pontos de penalização. Os pontos são atribuídos à razão de 1 ponto por minuto, quer por atraso, quer por avanço. O ideal é chegar ao final com 0 pontos (o que é muito difícil) ou com o menor número possível de pontos.
Cada participante tem uma hora ideal de partida, na Praça D.Fernando II (Sintra), no controlo horário de partida (CHP). E uma hora ideal de chegada, também na Praça D.Fernando II, no controlo horário de chegada (CHC). Essas horas constam da carta de controlo.

No meio do percurso vamos ter 2 provas de regularidade (PR) (x 2 voltas). A sinalizar o início da PR o concorrente vai encontrar na estrada uma placa vermelha com um relógio e dois controladores. Na carta de controlo está inscrita a sua hora ideal.

A sinalizar o final da PR , estará na estrada uma placa amarela com um relógio e dois controladores. Na carta de controlo não está inscrita a hora ideal. A hora ideal no final da PR deve corresponder ao tempo necessário para cumprir o percurso até esse controlo a uma média de 30 kms/h.

A novidade este ano é que o percurso é percorrido por duas vezes. Este facto importa duas consequências:

i) No final da 1ª volta, imediatamente após o controlo, será obrigatório parar cinco minutos. Esse tempo pode e deve ser aproveitado para voltar a repor o roadbook na posição de início, uma vez que vamos voltar a fazer todo o percurso. Os cinco minutos são calculados a partir da hora do controlo no final da 1ª volta, e serão deduzidos no final pela organização. Assim, o  tempo final ideal será de 1h14 + |5m (deduzidos)| + 1h14 = 2h.33m na estrada, ou seja, 2h.28 na folha de tempo;

ii) A diferença (em minutos, para menos ou para mais) entre o tempo total da primeira volta e o tempo total da segunda volta será convertida em pontos (ex. 18mn = 18 pontos), e multiplicado por dois. Ou seja, no exemplo dado, o concorrente receberá adicionalmente 36 pontos pela diferença de tempos entre a 1ª e a 2ª volta. Pretende-se, assim, incluir um factor de correcção adicional de consistência e regularidade, em detrimento de um puro andamento mais rápido.


As inscrições fecham hoje, e podem ser feitas através deste link no site do Vespa Clube de Lisboa.




segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Fabulous Tamanco (II)





Na sequência da entusiástica recepção às primeiras imagens do Tamanco, assolou-me um pensamento magnânimo: disponibilizar no vosso ecrã mais uma ínfima parte do meu vasto arquivo "Tamanco 2014", mas apenas aos meus assinantes de conta Offramp Premium - como diria o ciclista Bob. Porém, como me arrelia o pay per view e a minha generosidade atingiu novos máximos, vão poder aceder gratuitamente a quase uma dúzia de postais sem movimento nem som, bastando que para o efeito desenrolem o papiro em direcção a sul no vosso estimado aparelho receptor. Quando terminarem, podem voltar para a garagem para montar o leitor de roadbook para a Regularidade.