quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Londres




Talvez seja a cidade mais influente da Europa. Pelo menos até à invocação do artigo cinquenta do Tratado de Lisboa.

Como este não é um blog de finanças, nem de arte, fiquemo-nos pelo panorama das scooters.

Londres é um pesadelo para andar de scooter. As ruas são estreitas, os semáforos omnipresentes, as filas intermináveis. Não há espaço. Se andar de automóvel parece ser só estúpido e manobra de último recurso, andar de moto ou scooter é uma frustração.

Ao contrário de outras metrópoles como Roma, ou Atenas, Londres não é caótica. O caos não existe porque não há desordem. O que existe é uma sucessão de paragens ordeiras e muito pouca progressão. E portagens. 

É por isso que os londrinos preferem as bicicletas. Ou até trotinetes. 

Vida difícil para scooters. 
































terça-feira, 20 de dezembro de 2016

O Progresso e o Dia de Sol








Sábado estive na estrada com o Miguel para o almoço de Natal do Vespa Clube de Lisboa. Cinquenta quilómetros até à sede em Belém sob a luz clara de inverno. O sol mais baixo e aquela temperatura de conforto em cima da scooter, indiferente ao frio fora da cápsula.


Hoje em dia já não é preciso sentir-me pesado e preso de movimentos, nem vestir-me como um Bibendum, tal é a vantagem do equipamento de inverno que temos ao dispor dos motociclistas. Há uns vinte anos, para andar nas mesmas condições, usávamos o clássico jornal por baixo do blusão. Vantagens do progresso.  

O cenário vai-se desenrolando na tela e já estou arrependido de não ter trazido a Nikon. Mas estou embalado nas curvas, naqueles dias em que tudo se alinha para o passeio se tornar tão compensador, com o cérebro a emitir sinais que não desmentem, antes confirmam aquela sensação de tranquilidade e tornam natural um sorriso sereno.

Chegámos e tomámos o pequeno almoço ao lado da sede, explorando os cafés na nova área do clube. Daí, e sem pressas, arrancámos para o passeio lento em caravana até à Venda do Pinheiro com cerca de quarenta ou cinquenta scooters e um bonito Triumph Spitfire aberto a acompanhar.  














A meio do passeio os Vespistas mais atentos foram-me avisando que o meu escape estava solto. Pensei que se tinha soltado o aperto do suporte do Giannelli da Bala, numa repetição do Lés a Lés. O ruído manteve-se idêntico, mas quando parámos percebi que era a curva soldada do suporte traseiro que tinha cedido na zona da soldadura. Aparentemente culpa da Giannelli e não dos indianos. Quase a chegar a casa a lata de coca cola caiu mesmo numa longa esquerda e aninhou-se na relva da berma. Felizmente o pequeno barril não atingiu o Miguel, que vinha atrás. Recolhido o pequeno barril, está agora na garagem à espera de um soldador, provavelmente de alumínio.










Chegado a casa, e porque ainda estava com tempo, aproveitei estar equipado a rigor para trocar de scooter e gozar o que restava da luz natural. Ainda fiz um pouco mais de sessenta quilómetros na Bianca. Mais sinais de conforto e bem estar vindos do cérebro.




E fotografias ? Sem a companhia da Nikon, confiava no meu Samsung Jota qualquer coisa. Há algum tempo que me parece uma inevitabilidade que os grandes colossos industriais da fotografia sejam engolidos pela indústria dos smartphones. Que se tornem um mercado de nicho para o equivalente aos velhinhos do vinil e das bobines. Espero secretamente que não, mas talvez seja ainda mais rápido do que eu imaginava. O raio do aparelho produz imagens mais do que decentes. Mesmo em condições de luz difíceis. E ainda tem uns filtros curiosos. E fáceis. Que incentivo têm hoje os miúdos para aprender os mistérios da fotografia numa SLR ? Já nem falo da película. Claro que podem desenvolver o interesse e chegar à fotografia pelo caminho inverso. Mas quantos ? Dirão os optimistas que é sempre bom termos opções, e que uma solução não invalida a outra. Certo. Mas suspeito que o apelo do que é fácil, intuitivo, da linguagem familiar para as novas gerações do smartphone, faz com que, na prática, muitos destes miúdos nem tenham sequer contacto com esses objectos que, num dia não muito longínquo, vão parecer anacrónicos. Vantagem do progresso ? 




Leguei uma das Nikon à Beatriz. Já. Usa-a. Por favor. E estou a tentar convencê-la a fazer um curso de fotografia. É lançar agora a semente à terra. Amanhã pode ser tarde.



sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

domingo, 4 de dezembro de 2016

Bala Anfíbia




Peniche, junto ao porto de embarque para as Berlengas, 3 de Dezembro de 2016.

Esta composição pode ser complexa e algo confusa, com linhas divisórias verticais e horizontais a partir a imagem em várias. Porém, gosto da energia das linhas verticais, e da ilusão de ver a Bala quase a planar sobre as águas.

O dia estava tão chuvoso e escuro, e a textura e cor dos temas são tão específicos que a imagem original saiu da câmera praticamente a preto e branco. Este ficheiro foi depois retocado em cor e saturação.

sábado, 3 de dezembro de 2016

Céu do Carvoeiro





Tenho uma certa aversão a selfies, mas hoje fiz esta fotografia com este céu dramático no Cabo Carvoeiro, numa curta trégua da chuva. Ao fundo, as Berlengas. Em segundo plano, a Varanda de Pilatos. E em primeiro plano, a Bala e eu. O enquadramento podia ser afinado, mas o vento varria o chão com violência e não houve oportunidade de melhorar. As cores também são as naturais.  



domingo, 27 de novembro de 2016

Água Pé ao Litro (IV)





Últimos postais da Prova do Litro. O álbum deste ano tem mais fotografias de acção do que é habitual. Talvez fruto do voraz apetite da Bala.  


























domingo, 20 de novembro de 2016

Água Pé ao Litro (III)




Mais imagens da Prova do Litro 2016.



















terça-feira, 15 de novembro de 2016

Água Pé ao Litro (II)




Mais postais da Prova do Litro.

O encontro deste sábado estava marcado para manhã cedo, no Cais Fluvial de Belém. O edifício dos anos trinta tem o seu interesse. Gosto especialmente da torre, com o relógio a tons de vermelho escuro, e as letras que compõem a palavra "Belém", apostas na vertical e na mesma cor sobre as suas janelas viradas ao Rio Tejo.

Esta zona é especialmente nobre na cidade encostada ao rio, com um número considerável de relevantes atrações turísticas num raio de algumas centenas de metros. A última das quais o recentíssimo Maat. 

Porém, esta área que envolve mais de perto o cais está longe de representar em si uma atração turística, o que talvez a torne mais simpática para os lisboetas.

Gostei, por isso, que nos encontrássemos na esplanada do lado oposto ao cais. Pareceu-me um sítio com potencial para futuros encontros informais no âmbito do clube. E estamos perto, também, da nova sede, precisamente em Belém.

É também em Belém que no próximo sábado teremos uma assembleia geral electiva no Clube, onde a equipa tão bem liderada pelo João Máximo, em tempos especialmente exigentes, irá passar o testemunho, depois de oito anos de abnegação e serviço de que todos beneficiámos, e que não quero deixar de agradecer. 

Não imagino o trabalho,  dedicação e carolice necessários para guiar uma instituição como o Vespa Clube de Lisboa por oito anos, e tenho o maior respeito e admiração por quem o faz de forma séria e altruísta, para que outros, os sócios, possam beneficiar de tudo o que representa manter o Clube a funcionar e com vitalidade.

A Prova do Litro 2016 representou, assim, a última iniciativa do Clube sob este mandato, e é por isso da mais elementar justiça que se registe aqui este agradecimento. 

Obrigado João e a toda a equipa do Vespa Clube de Lisboa.