sábado, 30 de abril de 2011

Resistência no Oeste

Algumas imagens da corrida de hoje no Kartódromo Internacional da Região Oeste, onde ainda estão a decorrer as 6 Horas do Bombarral, prova do Troféu de Resistência Vespa 2011, organizada pelo Vespa Racing Portugal. Mais imagens em breve.














quarta-feira, 20 de abril de 2011

Dilemas e Metáforas



Revejo-me com invulgar nitidez nos dilemas que Steve Williams tão bem descreve no seu Scooter in the Sticks, a propósito desse íman, dessa atracção irracional por motos de que não precisa. Existem várias diferenças entre nós, uma delas tem a ver com o grau de insensatez, já que ele tem uma scooter e eu duas. Mas, como diria o meu amigo Rui Tavares, eu poderia facilmente descolar ao comprar um terceiro par de rodas e, como bónus, atingir um nível de insanidade que me permitiria ser feliz por muito tempo...

Vem isto a propósito de um anseio, que há muito vem sendo auto-reprimido, de ter uma pequena trail, com reais aptidões fora de estrada. Simples, barata e económica. Que me permita enfrentar tiradas por caminhos e trilhos difíceis sem as limitações naturais de uma scooter. É um desejo que já me vem acompanhando há um par de anos, e que, de tempos a tempos, revisito com mais intensidade. E este é um desses momentos.

Não é segredo que o meu passado com motos é relativamente completo.  E que tive a sorte de poder ter e experimentar vários estilos de motos. O que é importante não só porque nos traz experiência, mas também porque esta nos ajuda a perceber com outra sustentação qual ou quais os tipos de moto que mais se adequam ao nosso perfil, à medida que o tempo avança. No fundo, conhecermo-nos, para responder à questão prosaica: o que pretendo de uma moto ?

É realmente estranho ver a quantidade de motos de topo, muitas delas de sonho, que trocam de mãos numa vertigem, com quilometragens mínimas, dando a impressão clara de que algo não correu bem na relação do Homem com a Máquina. No fundo, que esta não serviu o seu proprietário, pelo menos para a função para que foi concebida: justamente para ser conduzida.

Julgo que este ponto se une com outro, muito típico da mentalidade portuguesa - mas não só - , que se relaciona com a necessidade de exteriorização de uma imagem, com a afirmação de um estatuto, que se crê só ser possível de atingir com o último grito, de preferência com quatro dígitos à frente da cubicagem na ficha técnica, e três gordos algarismos na escala(da) de potência.  

A minha abordagem ao fenómeno das duas rodas está cada vez mais nos antípodas desta. O que não significa que não aprecie motos. Que não seja um entusiasta interessado. Bem antes pelo contrário. Não renego a perfeição de uma Honda VFR 1200, o quão bem pensada é uma BMW GS 1200, ou o objecto de desejo que é uma Guzzi V7. Simplesmente, cada vez mais privilegio outras sensações. Menos a velocidade, a potência, a vertigem. Mais a simplicidade, a leveza, a agilidade, a frugalidade, a acessibilidade. E que as duas rodas não me incutam nem induzam pressa de chegar ao destino.

Julgo que uma trail a quatro tempos pequena está muito perto de ultrapassar na perfeição a única limitação séria que actualmente encontro nas scooters, precisamente a dificuldade em lidar com obstáculos em todo o terreno, uma área que gostava de explorar.

Se conjugar tudo isto, as probabilidades de apreciar a vida e o mundo para lá dos limites da estrada aumentam.  Mesmo que a scooter represente neste momento, e claramente, a minha primeira escolha em duas rodas. Como alguém dizia na discussão que se gerou há dias no Scooter in the Sticks, "If riding a motorcycle is like piloting a fighter jet, riding a scooter is like being a bird". A metáfora é perfeita.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Chapéu Azul



Admito que possa parecer, mas garanto que o alinhamento de scooters da imagem não foi propositado.

Esta fotografia foi feita ao início da tarde do passado sábado, em Lisboa, junto ao pavilhão onde decorria a MotorClássico, certame dedicado aos sonhadores que se embalam em rodas e suspiram por motores. Alguns chegaram em passeios organizados com os seus clássicos. Não foi o caso dos donos das máquinas presentes na imagem.

Paralelas à nave da FIL perfilam-se seis scooters seguidas, ali dispostas ao acaso. Três séries Vespa P(X), com a azul do Máximo à cabeça, uma X8, uma Beverly e, por fim, a minha Bianca. Todas elas produzidas sob o chapéu do mesmo símbolo azul da empresa fundada por Enrico Piaggio. 

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Pistas para a Diversão

 
(Imagem: Polini)

Já me ocorreu mais do que uma vez pensar como será andar em pista com a minha Honda CN Helix. Ainda não se proporcionou fazer um track day em kartódromo, mas não se pense que não está em agenda. 

Aliás, depois de experimentar a neve e o gelo, a pista pode nem parecer desafio à altura. Mas é, e não duvido que com alguns segredos.

Acredito que correr às voltas sobre um tapete de asfalto cheio de borracha, aos comandos de uma scooter stock, ou quase, não pode deixar de proporcionar sorrisos por detrás do capacete. O que constitui boa parte da gasolina que me move no universo das scooters. Pelo menos a boa disposição estará garantida, já que é indisfarçável a desadequação do engenho à função. Aliás, neste particular, parece-me bastante óbvio que uma CN em pista será sempre o pináculo da experiência. Um elefante na loja de porcelanas.

Embora deva reconhecer que uma LML a quatro tempos em pista possa parecer mais banal, a imagem deste post do neófito Troféu Polini ajuda a provar quão saboroso e insano pode ser correr com uma máquina que jamais foi concebida para esse efeito.