segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Ecos de Milão (V) – Protótipos & Novidades



Ao cair o pano sobre Milão, detenho-me nos protótipos.

A BMW decidiu apresentar a Concept C, um protótipo futurista com uma linha hi-tec, pretendendo interpretar sob a forma de scooter o ADN bávaro.

O protótipo tem um porte imponente. Há muito alumínio escovado à vista e a ideia de o apresentar assim é reforçar o quão alto é o nível de acabamento e sofisticação.

Pareceu-me haver algum desequilíbrio de proporções – talvez intencional - , com demasiado volume à frente. Há algo na carenagem frontal que, em certos ângulos laterais, me faz lembrar a incrível e quadrada sport tourer K1 do início dos anos 90, uma moto que sempre me fascinou.







Agradou-me o design geral, mas à parte a ausência de espelhos, suprimidos em favor de duas câmaras junto à luz de stop, e dos pneus com rasgos azuis, não é muito mais do que um exercício de estilo competente, mas frio. Como o alumínio.

Veremos se a Concept C (C de commuter) rasga caminho à entrada da BMW no segmento das scooters desportivas, com a Gilera GP800 e a Yamaha T-MAX como actuais referências.



Uma das oito estreias que a Honda trouxe até Milão é um protótipo de scooter desportiva, a New Mid Concept.

Está bastante mais próxima de um modelo de produção do que a Concept C.

A Honda tem tido alguma relutância em entrar na guerra ao armamento pesado, continuando sem apresentar no seu catálogo nenhuma concorrente directa das maxiscooters mais espevitadas.

Embora nada se saiba oficialmente sobre a cilindrada do motor, será seguramente um dois cilindros.

Estreia-se a Dual Clutch da VFR1200, o que permitirá outra liberdade de movimentos nos apetites do condutor sobre a transmissão, que por sinal é feita por corrente.



À vista, salta ainda o facto de calçar jantes de dezassete polegadas, uma medida rara em scooters, e jamais vista em scooters com pretensões desportivas. Antecipa-se, por isso, aprumo e rigor no comportamento, e uma certa aproximação ao handling das motos puras, mas mantendo a posição de condução com os pés para a frente. Este último aspecto é inovador numa scooter com rodas desta dimensão, pois ter uma scooter com rodas de dezasseis ou mais polegadas era, até agora, sinónimo de estrado plano.


Num Salão como Milão não é incomum surgirem protótipos ou meros estudos em maquete, modo de garantir alguma atenção extra por parte dos visitantes, algo aturdidos com a torrente de novidades e extensão dos pavilhões. Um desses construtores é a Garelli, que mostrou esta maquete para além de uma gama de scooters de baixa cilindrada com muita atenção aos detalhes e  qualidade perceptível elevada.




Fora dos protótipos, destaque para a muito aguardada Quadro de quatro rodas. Mesmo esta discutível versão para a Polícia de Nova York (?) não fez desaparecer a minha curiosidade sobre o comportamento do inovador engenho.







 
Na Kymco, a MyRoad 700 de dois cilindros fez nova aparição. Não sei se irá ser lançada no mercado, mas é seguramente a maior scooter em que já me sentei, tendo agradado pela evidente qualidade dos componentes. Fico, no entanto, com a sensação de que por vezes menos é mais. E que talvez sejam centímetros cúbicos, quilos e porte em excesso para uma scooter.




Na SYM podia ver-se a nova MaxSym 400, que desconfio que será um best seller em terras lusas, assim se mantenha a política de preços agressiva do importador nacional.



 
As rejuvenescidas MP3 agradaram-me na nova roupagem City. Cinco anos passaram desde a apresentação da revolucionária MP3 original, modelo que veio ampliar o espectro de sensações disponíveis em scooter para patamares até então desconhecidos. Continuo a ser grande adepto deste conceito. Mais tarde ou mais cedo, hei-de ter uma.






Termino esta síntese sobre a EICMA 2010 como comecei o primeiro post. Com uma interpretação da Polini sobre a Vespa 50 Special de 1969.

 




1 comentário:

Rui Tavares disse...

Não consegui evitar deter-me na ultima foto para tentar perceber a marca inscrita na parte traseira da... menina :)
Polini forever