terça-feira, 16 de outubro de 2018

Offramp Entra nas Boxes








Provavelmente a meia dúzia de atentos seguidores deste espaço já se terá perguntado porque razão a cadência de posts quebrou abruptamente desde o verão. Pelo menos comparando com o ritmo lento, mas constante, que era usual imprimir a esta página. De resto, como numa scooter.


Embora existam outras, a razão principal tem a ver com um susto emergente de mazelas no meu esqueleto envelhecido, que me limita e provavelmente limitará a capacidade de viajar em duas rodas.


A sensação de que nada será como já foi não é fácil de aceitar e tem trazido alguma frustração, associada à dificuldade de assimilar a ideia de que já não poderei fazer alguns dos saborosos disparates de endurance que gosto de fazer e, pior, nunca farei alguns projectos que, no devido tempo, não consegui pôr em prática.


A verdade é que lidei pior do que poderia imaginar com esta realidade nova. E uma das consequências dessa abordagem foi a ausência de vontade de alinhar umas ideias e escrever sobre os temas que aqui habitualmente trago. Ainda mais quando a pequena série de posts que tinha na forja seria dedicada ao que designámos por 4 on Tour 2018, o passeio de cinco dias que, à nossa maneira, recuperou o Lés a Lés de 2017, com uma pitada demolidora de Lés a Lés 2012. 


Este blog, com quase dez anos, sempre foi um escape e uma forma particular de abordar  os temas ligados a este meio de transporte singular que é a scooter. Nunca quis ou procurei publicidade, e muito menos divulguei activamente o espaço para o tentar transformar em algo mais massificado. Sempre foi uma espécie de diário de bordo pessoal, uma ferramenta interior com uma janela (talvez pequena) para o exterior: alguns amigos interessados e pouco mais.


Não sei se assim se manterá como até aqui. O tempo (e o esqueleto) o dirá. A modesta condição de viajante neste tipo de naus solitárias ficará, muito provavelmente, comprometida no futuro. E é essencialmente essa condição de viajante que sempre me interessou mais abordar. Menos a de utilizador diário que actualmente - que ironia ! - sou.


terça-feira, 10 de julho de 2018

sexta-feira, 29 de junho de 2018

Journey






terça-feira, 12 de junho de 2018

2017 em 2018





Folha de entrada do road book da 3ª Etapa do Lés a
 Lés de 2017, em que aparece o Rui na Lambretta em
 primeiro plano, e este vosso escriba na Bala em
segundo plano.


Não é um flashback. É apenas uma forma de continuarmos a fazer uma das coisas de que mais gostamos, sem repetir experiências.

Depois de no ano passado termos ido para a Galiza e as Astúrias, optando por falhar o Lés a Lés, em desintoxicação deste último formato e de algum cansaço associado à repetição de nove anos, em 2018 não conseguimos pôr de pé um projecto mais ambicioso e decidimos voltar à origem: fazer o Lés a Lés de 2017 em 2018, mas sem o lado aborrecido, que é a confusão associada a mais de mil e quinhentas motos a percorrer as mesmas estradas num espaço de tempo concentrado.

Claro que fazer o Lés a Lés de fio a pavio seria seguramente apetitoso, mas talvez demasiado simples. Decidimos então complicar um pouco, introduzindo um acesso mais entretido do Porto a Vila Pouca de Aguiar e, muito em especial, amputando a parte final da 3ª etapa de 2017, que só faremos até perto de Alcoutim. A partir daqui adaptámos o início da 1ª Etapa do Lés a Lés de 2012, que partiu de Tavira, e vamos apanhar este troço cerca do quilómetro 40, na zona do Cachopo, para fazer, no sentido ascendente, um dos mais belos troços de Lés a Lés de que tenho memória.  

Serão cerca de dois mil quilómetros, com o ritmo que nos apetecer em cada momento, sem stress e horários, e a confiar nas máquinas quase anciãs, com a excepção da X8, que parece vinda do espaço perto das três Vespa PX.

Porque gostamos de nos entreter a riscar mapas e a viajar um pouco diferente.


             

domingo, 13 de maio de 2018

Paris






Em Paris durante uma semana, tive oportunidade de tomar o pulso aos desafios de mobilidade e aos hábitos dos motociclistas no centro da cidade luz.

Durante este período confirmei algumas ideias que trazia, de uma observação à distância, e pude ter uma visão mais clara sobre outras idiossincrasias da realidade parisiense, no que à utilização de motociclos diz respeito.

Não espanta que a utilização de motociclos seja intensiva no centro da cidade, e não posso falar aqui dos acessos suburbanos, realidade com que não me cruzei, excepto nas viagens ao aeroporto.

Sendo uma das cidades mais caras da Europa, e com um rendimento per capita substancialmente elevado face à média europeia, praticamente só se vêem motos (melhor, scooters) práticas. Este facto vejo-o como um sinal de maturidade do mercado. A moto, aqui, é comprada mais em função do que se precisa, e menos em razão do desejo.

Embora já o tenha feito, quando não tinha outra moto, sempre achei que não vale a pena andar quotidianamente com elefantes na cidade, motos do porte das grandes turísticas, ou das maxi-trails, tão em voga em Lisboa por exemplo.

Em Paris, durante este período, contam-se pelos dedos de uma mão, por exemplo, as BMW GS que vi, e duas estavam juntas na mesma esplanada.

Mas é claro que se vendem GS (e outras maxi-trail) em França, e em grande número. Encontro três explicações possíveis, nenhuma delas excludente das outras: ou não estão na rua, entre outras por razões de segurança, e estão guardadas em garagens; ou os seus donos usam outras motos ou scooters no seu dia a dia; ou no centro de Paris não vale a pena ter motos deste porte e vendem-se menos aqui, vendendo-se mais em outras regiões do enorme território francês.

Certo é que, da observação na rua às motos estacionadas ou em circulação, Paris se rendeu claramente às scooters e, dentro destas, a um grupo específico, o Piaggio.








Na verdade, não exagero se disser que em cada dez motos, cinco são Piaggio ou do grupo. À cabeça, a MP3 nas suas várias declinações. A explicação penso que é fácil: o piso no centro da cidade é maioritariamente constituído por empedrado, e as vantagens de ter duas rodas à frente são imbatíveis num contexto com esta exigência. Nunca vi tanta MP3 junta. E vi mais Quadros, de três e quatro rodas, do que Tricitys, a alternativa da Yamaha à MP3.

E a seguir à MP3,  qual é a scooter que mais se vê? X-Evo e X8 (!). O número de X-Evo (mais) e X8 (menos), que são, com poucas alterações, a mesma scooter, é impressionante. Muitas bem cansadas, mas não andam muito longe do número de MP3. Ao contrário de Roma, Barcelona ou Atenas, por exemplo, em que a roda alta é raínha, aqui não se vêem Beverlys ou Scarabeos. 






A par das Piaggio encontrei também muitas T-Max e X-Max da Yamaha.

De resto, e na categoria de scooters mais exóticas, cruzei-me com mais de uma dezena de BMW eléctricas.

Nas partilhadas, há pelo menos dois tipos de scooters disponíveis, ambas naturalmente eléctricas.

Se esta distribuição parece favorecer a utilização prática em detrimento de algum exibicionismo associado à moto grande, talvez esse comportamento seja revelador não só das prioridades de consumo mas, e sobretudo, das dimensões dos egos e necessidades de afirmação de uns e de outros.















domingo, 11 de março de 2018

A Serra Que Não Perdoa




Neste blog, a Serra escreve-se com maiúsculas, porque sendo uma entidade imperial, impõe respeito e dita leis.   

Este ano a lei meteorológica repetiu 2017. O que implicou chuva, vento e neve em doses certamente desaconselháveis a quem, montado em scooter, se pretende dirigir à imperatriz a 1993 metros de altitude.

O preço total a pagar pelos súbditos declinou-se em várias parcelas, algumas ainda por apurar.

Precipitação copiosa e permanente durante a viagem de cerca de dez horas até aos 1500 metros de altitude das Penhas da Saúde, local de abrigo durante o fim de semana. Nas Penhas fomos recebidos logo na noite de sexta-feira com um longo nevão a cobrir de branco os pequenos mas bravos engenhos.

Desconforto geral com parte do equipamento de motociclista que levei, as botas Alpinestars já com alguns anos foram incapazes de lidar com a chuva e gelaram-me os pés todo o fim-de- semana, depois de há dois anos me salvarem o pé direito no gelo debaixo do estrado da Bala. Este ano até o casaco Rev It! mostrou as suas limitações de impermeabilização. E as luvas ? Foi necessário recorrer à boa técnica das luvas de plástico das estações de serviço para poupar pares de luvas utilizáveis e suficientes para sobreviver ao dilúvio.

Mas as parcelas maiores do preço começaram a ser pagas pelo grupo de quatro que, saindo de Lisboa, viu o primeiro contratempo manifestar-se com pouco mais de quinze quilómetros de viagem.

O Júlio desapareceu no spray dos meus espelhos depois de uma ultrapassagem a um camião TIR na subida para Montachique na A8. As condições de visibilidade eram bastante más e reduzimos o ritmo, até pararmos junto à saída da Malveira. Como o Júlio não aparecia ligámos-lhe e do outro lado da linha ouvia-se uma voz desalentada pela incapacidade para pôr a PX 177 a trabalhar de forma suficiente para prosseguir. Verificações básicas e instruções telefónicas do imbatível Manel da Oldscooter ditaram a decisão de viajar até à oficina, mesmo em dificuldades, para debelar o problema que parecia eléctrico. O reboque mostrou-se inevitável depois de uma tímida tentativa de alcançar a oficina, e que morreu junto às portagens. Reboque para a Oldscooter e primeira desistência.

Os três sobreviventes prosseguiram viagem com o azimute sempre para nordeste, a entrar pelo coração do Centro de Portugal, devastado e vestido de negro pelas duas ceifas de lume de Junho e Outubro que queimou mais de cem vidas e um território florestal velho e abandonado à sua sorte.

Foi a fotografar à chuva numa das pontes sobre o Zêzere, rio que nasce na Serra e que estica os seus braços em tanto desse território hoje negro, que li uma mensagem que o Júlio me enviou. Já estava em Santarém, vindo por auto-estrada, em grande ritmo, e numa PX ressuscitada após um rápido pit-stop na Oldscooter.



Do encolhido grupo a três, voltaríamos a ser quatro ao almoço na Sertã, quando o Júlio se juntou a nós a tempo de equilibrar a nossa ementa de maranhos, bucho e feijoada com a sua típica e alternativa escolha vegetariana.




A partir daí a viagem continuou molhada, a espaços com o Luís Pato e o presidente Rui Ferrari a integrar a pequena caravana, mas como queríamos curvas e tínhamos vontade de ir pelo caminho mais longo seguimos o sinuoso mapa das estradas estreitas.

A chegada nocturna, com nevoeiro e os primeiros sinais de nevão abriram o programa na Pousada: arroz de zimbro no renovado restaurante Varandas da Estrela para aquecer o estômago, e durante o dia conversa, ping-pong e matraquilhos até decidirmos se havia condições para ir á Covilhã almoçar. O Rui Ferrari foi fazer o shake down com a estrada ainda bem branca de neve e sobreviveu. Estive para optar por um dos lugares de carro disponíveis, mas decidi ir de X8. Fiz bem.














O regresso no domingo começou com a segunda tentativa de subir à Torre. No sábado já tinha tentado quando subia da Covilhã, mas a visibilidade para lá do Centro de Limpeza de Neve era nula e seria só estúpido tentar prosseguir.

Mas domingo de manhã o céu estava azul, com umas nuvens lá ao longe.






Subimos até Piornos e a estrada tinha acabado de abrir. Longa fila de carros em andamento lento, algum gelo nas bermas e muito gelo no sentido descendente, com os limpa neves e aquela máquina com o rolo de quebrar gelo a descer furiosamente vindos da Torre. Começámos a ultrapassar um a um os carros que se iam imobilizando, até chegarmos ao primeiro deles, a ser empurrado a subir e numa zona com gelo (!), e que estava a criar um engarrafamento confrangedor. Era um Porsche.

Sorri dentro do capacete, contornámos o Porsche do alto da nossa cavalagem imponente e tivemos, durante uns bons minutos, a Serra só para nós.

O acesso à Torre continuava fechado e optámos por descer e não esperar ao frio, apesar do risco que a faixa de descida oferecia, ainda com algum gelo.

À frente ia o Miguel e o Paulo, o Júlio tinha optado por ir mais cedo para descer por Unhais. Ao chegar perto do cruzamento para Unhais, o cabo do acelerador do Miguel prendeu. Susto. Análise rápida e início dos trabalhos de reparação, a experiência do Paulo ensinou-lhe que um serra-cabos a mais no porta luvas não é miudeza que se possa dispensar. Gelados, a 1600 metros de altitude, convém ter os minutos contados para a reparação, não há tempo a perder. Cabeçote desmontado, dedos finos para encaixar o serra-cabos novo e, talvez uns quinze minutos depois, estávamos a rolar.










Foi o tempo suficiente para o sol desaparecer e o tempo virar por completo. Chuva e nevoeiro a tapar o até então céu azul com as nuvens longínquas de há meia hora.

Descemos sem história e cada vez menos gelo e só aquecemos as mãos e a alma num café já no Fundão, com a chuva a dar-nos uma curta trégua.

Seguimos por Ródão e as incríveis curvas até Nisa, onde almoçámos. Depois de Nisa chovia intensamente. Numa das longas rectas ladeadas por esparsos sobreiros a caminho do Gavião a PX Quattrini do Paulo aqueceu. E parou. O que é Paulo ? Balon fora, e alguns minutos depois decidia-se que não era possível prosseguir. Avaria eléctrica, impossível de reparar totalmente desprotegidos da intempérie, sem qualquer abrigo nos quilómetros mais próximos. Reboque pela segunda vez em mais de trinta anos na Luíza.







A viagem do Paulo à Serra terminava aqui, às portas do Gavião, em cima do reboque. Entretanto, quando eu e o Miguel já estávamos a arrancar, aparecem no dilúvio o Júlio e o Luís Pato.

“O que aconteceu ?”

O Paulo avariou. Nós vamos seguir pela A23, daqui a pouco mais de uma hora é noite.”

“Ok.”

Eu e o Miguel arrancámos. Soubemos depois que o Júlio avariou novamente ali quando quis voltar a arrancar (!).

Entretanto seguimos para o Gavião para abastecer e descemos a bela Belver, para apanhar a A23 mais à frente. Chuva e spray gigantes, atenção redobrada para os ritmos de auto estrada em escuro domingo à tarde, parecia uma viagem marítima em cargueiro em dia de tempestade.

Depois da portagem para entrar na A1, o Miguel encosta devagar na faixa de aceleração, sem potência.

A cambota do 200 entregou a alma ao criador.

Mais um reboque.      



Segui eu, o último dos quatro, na única scooter de plástico, até Lisboa, já de noite.

A Serra não perdoa.



domingo, 18 de fevereiro de 2018

Fugir da Chuva no Alentejo




Nove da manhã de sábado. Depois do pequeno almoço, decido rumar a sul, passando a ponte. Sem planos a partir daí.
Pouco tráfego, manhã fria e muito cinzenta, mas ainda não chove. O Paulo ontem disse-me que talvez fosse melhor ir para norte, se quiser fugir à chuva. Agradeci o conselho, mas apeteceu-me  secretamente contrariá-lo, sem razão aparente. 
Vou na X8 e há uma estreia a confessar: pela primeira vez em alguns milhares de quilómetros em viagens de scooters, transporto comigo o tripé para a máquina fotográfica. Dentro do porta bagagens da X8. Entra pela porta traseira e acomoda-se com facilidade como quem guarda uma pequena cana de pesca numa grande carrinha. Pode parecer um facto irrelevante, mas podem crer que é um mundo de novas possibilidades. Nem sei como ainda não me tinha lembrado de experimentar.


Estive para ir por Sesimbra, mas decido seguir em frente e acabo por só sair na Marateca, apanhando a N4. Não me apetece ir a Évora, onde passei há pouco mais de um mês, e a primeira paragem acaba por ser Montemor-o-Novo.



A ideia de ter tudo planeado em viagem aborrece-me. Especialmente se esse planeamento implicar pouca margem para explorar, para conhecer fora de uma agenda, ou ver o que ainda não vi.
É também por isso que, para mim,  o pequeno prazer de decidir uma direcção em cima de um cruzamento é tão apelativa. De mudar o curso da história por um acaso, ou por impulso. Nada será igual. 
Ainda na N4, passei por um cruzamento com uma placa que indicava Barragem dos Minutos, com sinal de estrada sem saída. Confesso que nunca tinha ouvido falar, nem sequer tinha prestado atenção nas várias vezes em que aqui passei. Depois de ter passado pelo cruzamento, decidi voltar atrás.
Descobri que é uma barragem alentejana que acaba de completar dez anos, e pelo menos hoje ninguém se lembrou de aqui vir. O espaço está livre para explorar devagar. Boa oportunidade para tirar o tripé do saco.





Este tipo de descoberta seria impossível para quem gosta de viajar apressado. Para chegar depressa ao destino. Nem sequer via a placa.



Almocei em Arraiolos onde abasteci e pude verificar a média, em níveis mais razoáveis (4,9 l), depois de o anterior depósito ter parecido saído de uma experiência da Space X (8,1 l !). Algo de muito errado se passou. Com a actual afinação da carburação estou com autonomia para duzentos e vinte quilómetros. Mas ainda está a andar pouco para o que se exige de uma duzentos.




Depois de Arraiolos arranjei uma boa desculpa para esticar um pouco mais a rota, fui tomar café e um pastel de Sta Isabel a Estremoz. No regresso, optei por fazer a viagem junto ao Sorraia, pela N251, por Mora e Couço.




Dias ainda curtos em Fevereiro, cheguei a Lisboa com as primeiras luzes da grande cidade. A X8 não se queixou e cada vez mais me parece ser uma companhia de eleição em estrada nacional, muito confortável e relaxante se não estivermos com pressa.

E ainda me leva o tripé.

domingo, 11 de fevereiro de 2018

Goodbye Bala




Pouco mais de dois anos e doze mil quilómetros depois, chegou hoje o dia de entregar a Bala ao seu novo dono. 

De todas as que tive, esta foi a minha scooter mais fotogénica. E quem me conhece sabe que esse é um aspecto que valorizo.

Mas não o único. 

A separação foi preparada com tempo, pois desde o Verão que a vinha usando cada vez menos, ultrapassada principalmente pelo sentido prático e utilitário da X8 no meu quotidiano lisboeta.

Desde aí, praticamente só saía da garagem para eventos do Vespa Clube de Lisboa, como a Prova do Litro de 2017. Já estava a preparar-me para ir nela no início de Março à Serra da Estrela, onde me levou em 2016.

O período de tempo em que esteve na minha garagem foi relativamente curto, mas, com excepção destes últimos meses, foi bastante intenso.

Recordo em especial uma viagem a solo num fim de semana chuvoso à Serra da Freita em 2016, a participação no Lés a Lés do mesmo ano e, por último, uma gloriosa viagem à Galiza e às Astúrias, em 2017.

Esta viagem a Espanha tocou-me de forma única, como penso que marcou os meus amigos que nela participaram. A Bala foi companheira de luxo nessa aventura. Proporcionou-nos momentos épicos e será sempre lembrada com o carinho que merece.

Não gosto de olhar demasiado para trás. E de ir acumulando scooters.

Ir comprando e vendendo permite-me sobretudo olhar para a frente, que é o que prefiro fazer.

E escrever o próximo capítulo da história.