O último post desta série dedicada a Roma serve para destacar o Calessino, um Ape maioritariamente com finalidades turísticas ou de colecção. Apesar do valor proibitivo - ainda assim abaixo do preço na etiqueta da 946 - e da escala de produção reduzida, é um veículo com o qual julgo ser quase impossível não simpatizar.
Se uma Vespa tivesse duas rodas atrás e uma à frente seria provavelmente um Calessino. É curioso verificar que é a antítese do Ape, tradicionalmente o veículo económico e de trabalho do pequeno comerciante italiano. Um pouco à imagem do que a Vespa foi no passado e é actualmente. Mas com as estacas puxadas ainda mais para os extremos da linha do posicionamento comercial.
A fotografia de abertura do post foi feita na Via Condotti, que é o bastião por excelência dos grandes nomes da moda de elite. Esta coincidência foi perfeitamente acidental, mas representa bem o ambiente que a Piaggio quis para o Calessino. Na Via Condotti ou numa praia do Mediterrâneo.
O Calessino é uma espécie de Fiat 500 Jolly do final dos anos 50, mas em formato Ape. Para quem não conhece, o Jolly era um curioso 500 feito pela Guia, desprovido de portas dignas desse nome, com um toldo amovível e bancos de verga. Um carro de praia para as elites económicas e sociais passearem em Capri.
Entusiasta de miniaturas, embora actualmente quase inactivo, não resisti a este Calessino oficial à escala um para dezoito, que nunca tinha visto por terras lusitanas.
É uma miniatura da Italeri para a Piaggio, e tem até uma versão Presidenza della Repubblica. A que adquiri é a branca, ou seja, a versão Electric Lithium. Comprei na Giocattoli, um clássico romano do comércio de modelismo que tive oportunidade de revisitar. Curiosamente, estava também disponível na loja o Ape de competição que também consta da caixa do meu Calessino, mas nem sequer aparece no site da Italeri. De entre as duas optei pelo Calessino, em troca de vinte e três euros. Obviamente devia ter trazido os dois.