Últimos postais da Margueira, Lisnave. Entre o primeiro e o último post, estive a falar com o meu pai, a ouvir histórias deste estaleiro, por onde ele também passou.
Histórias da construção de fragatas e petroleiros. Dos navios que já foram desmantelados entretanto, conhecidos pelos seus números de código. Das mil e cem pessoas que chegaram a trabalhar na Lisnave e do orgulho de pertencer a uma estrutura da primeira divisão mundial, no que à construção e reparação naval diz respeito.
Não sei que futuro estará destinado a este espaço. Antes da crise imobiliária falou-se da construção de uma Manhattan aqui, com edifícios mais altos do que o Cristo Rei. Não avançou. Curioso ter estado em Manhattan há um par de semanas, e me parecer um corpo tão estranho projectar neste espaço ideia semelhante.
Certo é que os estaleiros, tal como estão, servem de pouco. É um espaço único, para ser lembrado. E universal, para ser reconhecido. É uma memória, um fantasma. Talvez um paraíso para os fotógrafos. E para a boa arte de rua, como algumas fotografias mostram neste conjunto de posts.