domingo, 31 de janeiro de 2016

Décimo Sétimo Dia (II)





Regresso às imagens da primeira saída do ano para completar um álbum dedicado a esta tarde na estrada. Vinte e quatro imagens nos dois posts, um clássico rolo de duas dúzias de chapas. No tempo da película, em que cada disparo do obturador tinha uma consequência na carteira, havia quase sempre um desafio auto imposto: um rolo tinha que saber contar uma história. Mais curta (24) ou mais longa (36), mas sempre uma coerência estrutural. Em alternativa, um enquadramento de histórias com um fio condutor comum. 

O digital ceifou um pouco esta regra disciplinadora. Em compensação, hoje temos uma liberdade de experimentação que não tínhamos. E a verdade é que ainda temos a película, para quem gosta de fazer as coisas com outro sabor, e obter as recompensas que só a química e o trabalho manual sabe dar. 

Vejo aqui um paralelo: entre a Vespa GTS, a Nikon SLR digital. E a LML, a Nikon 35mm de película.    
































sábado, 23 de janeiro de 2016

Décimo Sétimo Dia




E ao décimo sétimo dia dei a primeira volta do ano. Frio e alguma chuva tímida levaram-me até às praias desertas da região Oeste. Uma atrás da outra, antes de chegar a Peniche.

Gosto de ver estes grandes espaços vazios. Uma praia só para mim. Seja uma praia, um teatro, um estádio, uma fábrica. Convidam a alguma introspecção, ou a imaginar cenários com os olhos fechados de plateias cheias. E silêncios.

É só um dos motivos por que me agrada andar de scooter no inverno. Com o equipamento certo o frio está fora do nosso corpo. Em tudo o que vemos mas distante de nós. Ao alcance da mão. 

A Bala é uma companhia perfeita neste cenário frio. Deixa-se levar e fotografar, mostra-se em sintonia com a paisagem. Melhor até do que a LML verde anterior, pelo contraste do negro. 

Dobrou agora os três mil quilómetros e a apreciação global corresponde à melhor expectativa. Divertida quanto baste, as modificações que tem fazem-na mais cheia em baixos e médios regimes para uma condução fácil e progressiva, sem espalhafato. O ruído é mais do que razoável, sendo embora mais encorpado que o original. O pior defeito é a autonomia, que com a conjugação de um depósito tão pequeno com as vitaminas Polini concorrem para pouco mais de cem quilómetros até à reserva.  

Numa recta longa e sem trânsito nem vento empranchei e consegui ver no velocímetro cento e quinze. Pareceu-me que ainda tinha mais para dar.  O pior é a leveza da frente nessas condições. Pouco recomendável se não quisermos injecções involuntárias de adrenalina.