O VCL levou ontem à estrada a 3ª edição da sua Regularidade Moderna, na bela vila de Sintra, capital do romantismo.
Numa manhã chuvosa e traiçoeira, com o nevoeiro a pairar às primeiras horas da manhã, foi preciso querer muito repetir edições anteriores ou experimentar pela primeira vez este formato, para vestir os fatos de chuva e fazer parte da caravana de vinte e um bravos scooteristas que disputaram a classificação.
Dezoito terminaram, lidando com um roadbook que não impunha desafios extremos de navegação e apresentava uma extensão cerca de trinta por cento inferior à de 2013. Porém, escondia inéditos doze controlos que obrigavam a constantes visitas ao relógio e ao odómetro, para manter a média imposta de trinta quilómetros por hora, o que obrigou os mais rápidos a moderar bem o seu andamento, para não penalizarem por avanço.
As subidas à Pena, com uma árvore a barrar o caminho e a ser serrada pelos bombeiros enquanto a Bianca, de zero no escudo, passava a abrir a estrada, foi apenas uma das peripécias que todos levaram na bagagem no final do evento, para além de pontos de penalização e um almoço servido bem a horas, a justificar o acerto do formato compacto e a validade da ideia de duplicar o percurso por via de uma segunda volta.
Quem rolou pelas estradas de Sintra pôde assistir à beleza e às singularidades desta paisagem de contos de fadas, incluindo o seu microclima particular, que fazia com que os concorrentes, num perímetro de cerca de vinte quilómetros, tivessem que alternar piso seco e céu entreaberto, com estrada húmida, chuva, nevoeiro, e tudo isto em duas voltas, a fazer lembrar as Ardenas belgas.
Por um percurso que mostrou os troços clássicos do antigo Rali de Portugal, como Sintra, Peninha e Lagoa Azul, passámos também por pérolas como o Palácio da Pena, Monserrate, o Monte da Lua ou a Regaleira, a merecerem visitas sem cronómetro no bolso.
O bom e o mau piso alternaram, e toda a destreza dos concorrentes foi convocada para a serra serpenteante, a obrigar à constante gestão de máquinas e concentração, em especial nas descidas mais técnicas, numa combinação de empedrado molhado com relva e musgo.
A verdade é que ninguém caiu, e foram muitos os sorrisos à chegada, a provar que quem vem, volta. Com mais ou menos pontos na bagagem. Aguardemos, pois, por 2015.
Imagens nº 5, 6, 7, 8, 9, 10 de Miguel Lázaro