Lindas Mesmo Lindas. O stand da LML assemelhava-se a uma loja de rebuçados, em que os passantes retrocediam no seu conta quilómetros mental até à idade da inocência.
Acredito que se fizessem um inquérito, a primeira preocupação da esmagadora maioria dos que por ali passaram era escolher a cor da sua LML preferida. E não propriamente saber se precisam ou ponderam adquirir uma. É uma das formas clássicas de trabalhar o desejo.
O importador italiano assume-se sem complexos como a alavanca do fenómeno LML na Europa, ao preparar um contragolpe trovejando novidades, precisamente quando a sua anterior parceira, a Piaggio Vespa, se ergue de um sono profundo, desempoeirando do baú a velha PX.
Ficou patente o entusiasmo (será paixão?) que a LML (ou a LML Itália?) incorpora nos produtos que apresentou na EICMA. Tentando abraçar as várias tendências actuais e antecipar as futuras, mostraram uma gama muito completa que gira em torno da mesma scooter base, a Star, que por sua vez é uma cópia quase cem por cento fiel da PX.
O primeiro aviso já tinha vindo sob a forma de um motor de ciclo quatro tempos. Aparentemente, o relógio tem estado a provar a validade desta opção, sem que a Piaggio tenha ido atrás da ideia.
Com o que mostrou agora na EICMA, a LML Itália está a elevar de novo a fasquia e, parece-me, acertando no alvo.
O que está a fazer de diferente é muito simples e parece básico. Personalizar as scooters à saída do stand e chave na mão, potenciando a individualidade de cada um dos seus clientes. E fá-lo indo ao encontro do que o mercado parece querer.
Claro destaque para a nova série RS, com um poderoso verde seventies, a ausência quase total de cromados, vários detalhes a negro mate, mola e maxilas na cor do diabo, um descanso lateral e um ecrã escurecido bem enquadrado, num conjunto que pretende atrair scooteristas que apreciam um estilo mais desportivo.
Achei o verde irresistível. O laranja está no extremo oposto ao apresentar brilhantes (!) ao melhor estilo carro de feira, mas gostos não discuto. Posso eventualmente lamentá-los...
A série Mat, muito semelhante à RS mas com pintura mate, também revela auscultação do mercado. Não fiquei convencido com a qualidade da pintura, sendo que o exemplar cinzento era o que, ainda assim, denotava um acabamento mais conseguido.
De sublinhar ainda a versão 200i, a injecção, muito aguardada em Portugal, mas que terá uma estética algo diferente daquela que se mostrou em Milão, não tendo sido ainda destapado o véu sobre a verdadeira amplitude dessas alterações de imagem.
A versão eléctrica que a LML apresentou, a Electric, era uma adaptação primitiva de uma Star a combustão, mais parecendo um plug in do que propriamente uma scooter pensada para ser eléctrica, designadamente no que se refere ao aligeiramento de peso e diferentes necessidades estruturais.
Outras versões expostas eram as Bicolor, as GT, e as já conhecidas do mercado português, as Vintage, Classic, e Glamour, diferenciadas apenas pela tonalidade das combinações banco/chassis. A multiplicidade de versões e cores, acresce ainda uma linha de capacetes desenhada para as LML, bem como de top case específicos.
Por fim, a Star Corsa de competição, que servirá de base ao Trofeo Polini Italian Cup 2011. Grupo térmico Polini de 165cc, carburação específica a cargo da japonesa Mikuni, quatro tempos, escape, suspensões reguláveis, disco majorado e slicks. Porque a competição é o terreno de excelência para se trabalhar uma marca.
Comparando com os stands que tenho vindo a abordar nos posts anteriores, ficou-me a sensação de diferença. Aqui, na LML, algo está verdadeiramente a acontecer. Pelo contrário, na Vespa e na Lambretta encontrei cenários em que algo já aconteceu ou vai acontecer. Toda uma diferença quando se avalia a vitalidade de uma marca.
1 comentário:
Exactamente a minha sensação. Novidades orientadas para o cliente, costumização chave na mão.
Agradou-me, claro.
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