quinta-feira, 20 de maio de 2010

Viagem, o Espaço de Disponibilidade



Na aparência a viagem pode ter várias direcções, cenários que desfilam como numa sala de cinema. Mas aqui somos nós que dirigimos, realizamos o filme e projectamos o resultado directamente na tela.

Na verdade, os vários cenários servem-nos de espelho e disfarçam o sentido único do trajecto. Como num primeiro círculo. Retratamo-nos quando viajamos, embora aparentemente estejamos apenas a ser trespassados por uma imagem exterior. Como uma película que é sensível à luz.

O cenário também é um pedaço do fundo de nós mesmos. Em movimento. É assim a verdadeira viagem. É exigente. Pede-nos busca, atenção, predisposição. Escolha. Pede-nos que nos sintamos estrangeiros, no sentido em que estamos fora do nosso conforto, da nossa rotina. E mais despertos para o mergulho. Para conquistar a oportunidade de olhar devagar, profundo, até ao osso. É esse o sentido mais nobre do termo viagem.

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