quinta-feira, 25 de julho de 2013

Royale 946





A Martini comemora 150 anos.  Para os celebrar associou-se à Vespa e ao VCL para o lançamento da 946 na última das oito summer sunset partys no Martini Terrazza, na Avenida da Liberdade, em Lisboa, já no próximo dia 31. Se há Vespa Royale, capaz de se vestir a rigor para a já lendária atitude Martini, é a novíssima 946. 

Estamos de acordo que a 946 foi feita para ser apreciada. Ao contrário da esmagadora maioria das Vespa, há quem aposte que não é a descrever curvas com o guiador nas mãos que melhor desfrutamos da 946. É a contemplar-lhe  as curvas enquanto bebemos um cocktail de Martini Bianco com um espumante italiano. Desconfio que a Martini também acompanha esta perspectiva. Não é difícil antever que lhe faremos um brinde, dia 31. Royale. Saluti !
  

Imagem: Martini - Vespa

domingo, 14 de julho de 2013

Regularidade 2013





Hoje durante a tarde foi dia de iniciar os reconhecimentos e começar a desenhar o percurso da Regularidade 2013. Na estrada e no papel. Até acabar a luz. Mais novidades em breve, no blog e no site do Vespa Clube de Lisboa.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Novo Ape Calessino



 
 
A Piaggio acaba de anunciar o lançamento de um novo Ape Calessino. Ao contrário das duas experiências anteriores, já neste século, a motorização não será eléctrica  nem a diesel mas sim a gasolina, um motor 200cc a quatro tempos.
 
 
O design mantém-se, na sua essência, quase inalterado face às últimas versões. Menos cromados e os painés laterais traseiros não decorados são as diferenças mais notórias. O que também não mudou foi o modo de transmitir a força deste novo motor às rodas traseiras: uma tradicional caixa manual de quatro velocidades (mais marcha atrás), essencial para desfrutar até aos cinquenta e cinco quilómetros hora de velocidade máxima.
 
 
A informação disponível no site do Piaggio Group não faz referência a qualquer limite de unidades a produzir, o que contrasta com as anteriores versões do Ape lúdico: a Electric Lithium, cuja produção estava limitada a cem unidades; e a Diesel, cujo número de exemplares foi fixado em seiscentos. Ambos com preços condizentes com essa exclusividade, pese embora ainda hoje constem do catálogo Ape da Piaggio.
 
 
 
 
 
A boa notícia é que o preço previsto em Itália para esta nova versão será próximo de cinco mil euros, o que convoca para este Calessino o argumento económico, arredado das meteóricas versões mais exclusivas até agora disponíveis. Eis, por isso, o mais divertido, original e acessível descapotável para levar a família à praia.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imagens: PiaggioGroup

domingo, 7 de julho de 2013

Sensacional !



Este anúncio publicitário de Setembro de 1955 da Sociedade Comercial Guérin  representa, para além de um pedaço de história do Vespa Clube de Lisboa, um testemunho de um tempo com outras referências.

Corridas ou provas em estrada aberta nos anos cinquenta não eram vistas como uma actividade condenável e clandestina. Eram promovidas através da publicidade institucional do importador !

É importante lembrar que o tráfego era uma realidade muito diferente dos nossos dias. O próprio conceito de segurança era acessório e raramente destacado num anúncio publicitário, em detrimento da performance. Julgo que o enquadramento da época beneficiava também do sucesso colossal de provas automobilísticas em estrada aberta, de que eram o expoente máximo as loucas Mille Miglia ou a Carrera PanAmericana, que viriam a ser proibidas anos mais tarde, na sequência de trágicos acidentes. A verdade é que nos anos cinquenta valia quase tudo.

Aqui é o importador, a Guérin, com uma óptima relação com o então recentemente fundado Vespa Clube de Lisboa - 1954 - , que promove, por seu intermédio, uma ligação Lisboa-Faro em três Vespa GS 150 com um resultado homologado pelo Moto Clube de Lisboa a uma média de 75,7 quilómetros por hora.

Com as estradas da época, os quase trezentos quilómetros de ligação em três horas, cinquenta e seis minutos e quinze segundos (!) representavam um argumento que (in)seguramente atestava a capacidade, resistência e prestações do modelo Vespa de topo, a Gran Sport 150. 

Curioso é fazermos um exercício de transposição deste evento publicitado para os dias de hoje. Seria difícil repetir o feito, com as mesmas  máquinas e percurso semelhante. Mas estava longe de ser impossível. Impensável seria mesmo publicitá-lo nos mesmos termos.


quinta-feira, 27 de junho de 2013

Boavista em Corrida





Este fim de semana fiz o pleno das edições do século XXI do Grande Prémio Histórico do Porto no lendário Circuito da Boavista, um evento para clássicos de competição que tem lugar na cidade invicta nos anos ímpares desde 2005, alternando com o Mónaco, que se corre nos anos pares.

As scooters e os circuitos de velocidade não têm uma relação muito óbvia. Pese embora não seja inédito correr-se em scooter nos circuitos, há uma outra utilização menos destacada, mas até mais consonante com a sua filosofia original, que é a de simples transporte no paddock.
 
 
 






 
 
 




As scooters presentes na Boavista iam desde as clássicas carregadas de patine, que se enquadram perfeitamente no espírito do evento, como um par de Vespa em sintonia com uma equipa com dois Lotus. Passando pelas pré-clássicas e terminando nas modernas, neste caso quase sempre Vespa automáticas. Muitas GT(S), todas de equipas portuguesas, o que me fez presumir que sejam utilizadas fora dos circuitos.













Entre as saídas para a batalha em pista dos vários milhões de euros que valem muitas das chapas históricas, esculpidas em belíssimas e intemporais formas assentes em quatro rodas, houve tempo para reparar num pormenor curioso no paddock que desconhecia: existe acreditação específica para scooters em alguns eventos históricos, com dístico próprio.



















Durante o fim de semana falou-se numa ida ao RevivalGoodwood. Julgo que não havia scooters nas corridas de gentleman drivers nos anos 40 a 60, portanto não haverá novas por aqui. Em contrapartida, a concretizar-se tal viagem tenho que preparar o traje para ver as corridas com o rigor da época: fato, gravata e chapéu.  




segunda-feira, 17 de junho de 2013

Lés a Lés 2013 - Perfis





As imagens da viagem interessam-me cada vez mais na perspectiva humana. Estas minhas fotografias são feitas com uma câmara compacta básica. É a única forma racional de transportar numa fita de levar ao pescoço um aparelho de registo fotográfico leve e barato, que está sujeito a condições que por vezes são bastante severas. A outra, melhor mas menos barata, é levar uma GoPro.

Eis os perfis das equipas catorze a dezassete do Lés a Lés 2013.





O Rui Tavares fez comigo três dos meus seis Lés a Lés. Não precisamos de muitas palavras para nos entendermos bem. É do Porto e é uma autoridade em conhecimento e divulgação por cá das Heinkel. Tem um invejável e católico trio de scooters clássicas que abrangem a dita alemã, e duas guerreiras italianas. Uma gorda e bêbeda, e uma fininha. É dele a culpa de não termos cumprido os horários estipulados. Porque fuma demais. E porque escolheu levar uma scooter com uma autonomia que pouco ultrapassava os cem quilómetros. Tornou-se, neste Lés a Lés, um vampiro dos jerricans.








O Paulo Coelho é uma recente aquisição do grupo, mas é talvez o que utiliza a sua scooter há mais tempo. Comprou a sua Vespa "Luiza" nova em 1987. E com ela já correu meia Europa, num tempo em que andar de scooter era bem menos cool do que é hoje. A sua Vespa é um case study de performance e equilíbrio, sem alardes nem publicidades desnecessárias.  Viajante do Mundo, transporta um refinado sentido de humor e histórias plenas de sumo para contar, em especial quando uma Lambretta avaria debaixo de sol tórrido. Não descobri se fuma mais ou menos do que o Rui Tavares. É conhecido no meio scooterístico por ser embaixador oficioso da Parmakit em Portugal. 








O Rui Carvalho é um scooterista experiente. Conta no seu curriculum, entre outras, com uma viagem à Noruega em Vespa. É também um scooterista de bom gosto. Ninguém sabe ao certo de quantas Lambrettas é proprietário. Estreou-se no Lés a Lés e pilotou com mestria e inteligência a sua Lambretta SX 200, talvez a mais valiosa das scooters clássicas presentes no evento. 









Luís Totti. Discreto e sabedor, corresponde exactamente ao ideal de companheiro de equipa que não perde o controlo, nem falha. Calmo na estrada e fora dela, mesmo quando as coisas se complicam. Tem uma boa relação com a caixa de ferramentas. Teve o azar, que definitivamente não merecia, de ver a sua DL avariar depois de finda a prova, perto de Grândola.





   

Bruno Canha. Recentemente chegado ao universo Lambretta, é o scooterista que me pareceu que não sabia bem ao que ia, mas que se aguentou como os duros. Pouco habituado a muitos quilómetros, agravou o cansaço com um banco cuja rigidez é semelhante ao mármore de Vila Viçosa. Duvido que o meu esqueleto aguentasse. Fuma e usa o telefone em qualquer paragem, e é candidato ao prémio de mais bem disposto da expedição.   







Duarte Marques. É o senhor enciclopédia Lambretta. Tal como acontece com o Rui Carvalho, também ninguém sabe ao certo quantas Lambrettas habitam na sua garagem. Pilota - é o termo - uma Lambretta empranchado, como se estivesse a correr na Ilha de Man nos anos 60, fazendo parte da equipa de Arthur Francis. De coração gigante, envergonhou várias motos com sete vezes mais potência do que a sua. À minha frente vi faíscas que saíam do contacto entre o escape da DL 200 - com motor LI 175 - e o alcatrão. A sua coragem e destreza é inversamente proporcional à quantidade e qualidade do equipamento que usa. Não calça luvas e protege-se com um capacete do tempo do mesmo Arthur Francis. É o Foguete de Mangualde. 







sábado, 15 de junho de 2013

Lés a Lés 2013 - Scuderia Sereníssima





A Sereníssima é uma Scuderia habituada a superar o desafio do Lés a Lés. Muito em especial o Rui Tavares, nos dois anos em que levou a Heinkel, sendo que em 2009 fomos os primeiros a subir à chegada a Castelo Branco, proeza que ainda hoje não voltámos a repetir. Os objectivos para este ano eram os mesmos de então. Divertirmo-nos, procurando cumprir o percurso no tempo concedido no road-book, apesar da desvantagem decorrente da respeitável idade e limitada performace das máquinas, o que é para nós uma motivação adicional.

Sucede que este ano tivemos dois factores novos na equação.

Por um lado, a presença de mais uma Vespa, uma P177, nas mãos do Paulo também do ScooterPT, que fez a viagem para norte comigo. O Paulo estreava-se num Lés a Lés, tinha um companheiro de equipa emparelhado pela organização que nunca compareceu à hora no palanque, e corria com o número dezassete no escudo. Ou seja, logo atrás da nossa equipa, a dezasseis.

Por outro lado, o quarteto de Lambrettas do ScooterPT. Também com números contíguos ao nosso, o catorze e o quinze. 

Com este grupo de sete junto na estrada e nas pausas, era natural a empatia, a cumplicidade e até a similitude de andamento, já que se tratava de seis scooters clássicas, com a CN a ser, como habitualmente, o corpo estranho, o ovni pré-clássico, a única automática e a quatro tempos.




As participações da Sereníssima têm-se saldado, no máximo, por atrasos de vinte minutos a meia hora no final das etapas. Este ano, na primeira etapa perdemos cerca de uma hora e um quarto, mas com um furo pelo meio e ainda falta de gasolina, sempre na T5.

Na segunda etapa, o atraso ultrapassou as três horas (!). A DL do Totti fez uma birra de carburação perto de Mombeja, voltámos a limitar o andamento pelos problemas de excesso de consumo da T5, quase duplicámos as necessidades de reabastecimento, e o Rui ainda teve que compensar "no braço" um amortecedor partido. Experimentei a T5 durante a prova e fiquei a admirar ainda mais a condução regular e segura do Rui, algo que manifestamente me senti incapaz de fazer nos quilómetros em que conduzi a T5 Pole Position.

Os intercomunicadores que tínhamos testado com sucesso na Serra não funcionaram. Voltámos a usar, e com sucesso, as velhas técnicas de comunicação em andamento. De poucos gestos precisámos, tal é o entendimento da equipa. Obrigado, Rui !





Apesar de todas as vicissitudes, e até da simbólica falta de luz nos leitores de road-book na parte final da etapa já noite fora em Aljezur, a verdade é que chegámos. E acreditem que, numa perspectiva humana, de convívio, espírito de entreajuda e coesão de grupo, talvez tenha sido um dos melhores Lés a Lés de sempre. Foi enriquecedora a experiência, com vários personagens novos num contexto diferente, perfis distintos mas complementares no seio da equipa alargada. Com o perfume extra que emergia da incerteza quanto à fiabilidade de Lambrettas com quase meio século. Pela primeira vez em vários anos, saí de um Lés-a-Lés com a motivação certa para inscrever-me já no próximo.



Imagens 1, 2 e 4 adquiridas aos fotógrafos oficiais.