segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Guerra de Preços ? - Vespa PX vs LML Star



Fontes não oficiais anunciam a disponibilidade da renascida Vespa PX 125 em Portugal em meados do mês de Abril de 2011. O preço de venda ao público será de Eur.3.490, acrescido de Eur.183 de despesas de documentação.

Contudo, quem se apressar a reservar a sua PX e concretizar essa reserva até final de Março vai beneficiar de um preço especial de Eur.2.990, acrescido dos mesmos Eur.183 de despesas documentais.

O que significa não só uma redução de Eur.500 como também uma política de preço mais concorrencial do que muitos previram, a começar por este vosso escriba.

Confirmando-se este preço, trata-se de uma saudável dor de cabeça para quem pondera adquirir brevemente uma scooter de caixa de velocidades manual, pois passa a dispor de uma terceira opção por cerca de Eur.500 adicionais face à LML mais acessível. 

Assim, na data em que estas linhas estão a ser escritas, uma LML 125/150 2T custa Eur.2.500 e a LML 125/150 4T orça em Eur. 2.750. Por sua vez, a regressada e original Vespa PX 125 2T irá exigir um cheque (até final de Março, e a confirmar-se esta informação) de Eur.2.990.

Será interessante assistir ao modo como este peculiar mercado irá reagir a este reposicionamento da Piaggio.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Ideia numa Cápsula - Monotracer



A Monotracer não é uma novidade uma vez que o projecto é conhecido e é actualmente produzido e comercializado pela Peraves, empresa suiça. Por uma qualquer razão escapou-me da atenção aquando do seu lançamento e só recentemente me deparei com este engenho.

Trata-se de um veículo de aspecto pouco usual, lembrando vagamente um pequeno avião sem asas. É totalmente carenada e longa. E bastante diferente, por exemplo, do holandês Carver One, que chegou a ser comercializado em Portugal, ou do BMW Clever, protótipo que nunca passou à fase de produção.

Ao contrário destes últimos, a Monotracer apresenta duas rodas, mas a estas acrescem mais duas laterais, que mais parecem um trem de aterragem de avião, e que servem de apoio ou de patim, assegurando a posição vertical para quando o veículo se encontra parado ou em vias disso. Os patins servem também como apoio para o caso de se atingir uma inclinação lateral superior a 45 graus (!).

Não é propriamente uma scooter embora algumas das suas características técnicas sejam aparentadas: maximização do conforto, pés para a frente, protecção máxima face às condições atmosféricas, e o próprio diâmetro das pequenas jantes remetem para uma ideia de grande scooter avançada.



A partir daqui as semelhanças com uma scooter desaparecem. É movida por um motor BMW de moto, com 1170cc e 130 cv, e é capaz de alcançar 240kms/h (!).

E em caso de acidente ? Uma queda em pista parece não ter as consequências que uma tradicional ida ao tapete em duas rodas acarreta.

O preço proibitivo deste brinquedo genial, acima de Eur.60.000, é proporcional à exclusividade de que beneficiam os seus proprietários, e está em linha com o gozo e adrenalina com que deve recompensar quem se dispõe a experimentar.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Scooter Short Film - Look at Life




Eis uma pequena crónica de oito minutos sobre o impacto da scooter em Inglaterra, exibido em 1962 no programa televisivo Look at Life.

Com um rigor de imagem, montagem e locução típica e deliciosamente britânicos, a peça condensa num espaço de tempo invulgarmente curto muitas das perspectivas através das quais podemos projectar o fenómeno scooter.

Desde a pequena resenha histórica e explicação das origens do conceito na 2ª Grande Guerra, à enunciação das vantagens e singularidades do meio de transporte alternativo, e do modo como se integrou no quotidiano. Passando pela dimensão e impacto social de um veículo de transporte utilizado em 40% dos casos por mulheres, mas rudemente testado por homens (!). Pela vertente da produção industrial e da criação de valor. Terminando na génese do entusiasmo clubístico que envolveu estes veículos e que perdura até à actualidade.

É um belo filme pela coerência e rigor conceptual da crónica, pelo estilo, mas também pela riqueza das imagens que nos deixa ver. Destaco uma, quase ao acaso: a sequência do instrutor de condução no seu impecável fato, sentado no segundo banco da reluzente Lambretta de dois guiadores, e um "L" estampado no avental, ensinando uma delicada mulher a domar o selector das velocidades em estrada aberta.

Ao ver o filme, não pude deixar de imaginar-me naquele cenário, de especular sobre como seria viver o fenómeno scooter naquela época.

A esta distância temporal, e pela imagética que o perpassa, o filme revela e deslumbra. Como uma preciosa sucessão de postais.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Números e Sorrisos



É cíclico e reforça-se em alturas de balanço. Por vezes sou forçado a admitir que não faz mesmo qualquer sentido ter duas scooters em casa.

Fazer uma gestão criteriosa da utilização das duas scooters exige, no meu caso específico, alguma ginástica. Especialmente porque o tempo disponível não abunda e há sempre outras prioridades, desde logo as familiares. Às duas scooters soma-se ainda um automóvel pré-clássico que, para este efeito, conta como mais uma scooter. Ou seja, dá-me gozo, mas tem mesmo que sair à rua, pelo menos de duas em duas semanas, sob pena de a inércia potenciar despesas e dissabores a médio prazo. E o tempo não estica, como não estica o espaço na garagem.




Ao contrário de alguns amigos, não compro nem mantenho máquinas inoperacionais, ou que fiquem para restauro ad eternum. Já fiz essa experiência e não resultou. Para mim, pelo menos por enquanto, só faz sentido ter se puder utilizar, se estiver pronto a cumprir a sua missão. Até porque não tenho engenho nem arte para saber recuperar, embora inveje os meus amigos que restauram as suas scooters. Na verdade, é uma opção que também tem as suas recompensas. É que por via desses restauros estabelecem com o seu objecto uma relação ainda mais próxima e, ao mesmo tempo, sedimentam o seu conhecimento. Mas, realisticamente, não é a minha opção.

E assim, quando a consciência me bate à porta, e me acena com a história do número de scooters irracional, respondo-lhe de duas maneiras. Uma racional e outra emocional.

A primeira é utilizar uma batota mental que consiste em somar o valor de mercado destes três veículos e respectivos encargos anuais, para concluir que não chegaria para comprar nenhum asmático automóvel utilitário novo, de gama baixa.  A segunda, para arrumar a questão por KO, é descer à garagem, escolher um dos três, rodar a respectiva chave e sair. De sorriso nos lábios.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Biancartoon


A imagem de abertura do post é uma adaptação livre, da autoria de Catarina Ruas, de uma fotografia minha. Quando lhe pedi que a fizesse queria – egoisticamente - evocar a minha cumplicidade com a Bianca. Escolhi uma fotografia algo complexa, com mais do que um tema, e não foi preciso dizer-lhe nada para que depurasse a imagem até que ficasse reduzida à sua atmosfera essencial. Quando, por fim, vi o trabalho foi como se finalmente tivesse conseguido fixar uma emoção perdida no tempo - porque irrepetível - , reacendendo-a. Gosto de pensar que talvez o olhar e o desenho da Catarina sobre a imagem tenham acrescentado uma dimensão narrativa à fotografia. Como um cartoon.

Se vos atraiu o trabalho e querem adornar uma parede da vossa sala com a vossa scooter de eleição, falem com a Catarina - que também é seguidora deste blog - através do Katatoon.

sábado, 11 de dezembro de 2010

O Puzzle dos Entusiastas - LML 2T



A direita descreve um longo semi-círculo, quase perfeito. Já lhe encontrei a saída no meu ponto de fuga visual. Decido embalar um pouco mais a terceira, para me certificar do veredicto conformado do Luís, dono da LML 2T verde tropa que seguro nas mãos… Zaaaááááppp… Troco caixa à saída, já depois daquele topo que me endireita a scooter para piso plano. Sim…, a quarta está morta. É pena, porque não é por muito. Mas se não esticar a terceira como um elástico, sente-se que a quarta agonia. O que acaba por tornar a condução algo paradoxal. Para não regressar à terceira para manter ritmo, tenho que a estender para rotações mais elevadas, o que torna a condução menos fluida e natural, poupando menos a mecânica do que inicialmente se supunha.

Esta indiana do Luís Gomes nasceu cento e vinte e cinco, mas recebeu um tempero mais picante feito de um cilindro Andrea Pinasco cento e setenta e sete, que se alimenta através de um carburador vinte e quatro em troca do vinte de origem. A biela e os rolamentos da cambota, que têm sofrido algumas quebras de fiabilidade, foram substituídos por unidades Mazzucchelli. Por fim, a linha de escape ficou a cargo do conservador Sito, o que significa retirar o catalisador.



Pretendeu-se, para este projecto, uma scooter mais longa de transmissão, que permitisse velocidades de cruzeiro mais serenas, com menos rotação e consequente redução do esforço a despender pelo grupo térmico. Assim, arriscou-se um carreto de relação primária de vinte e três dentes em vez dos vinte originais, emparelhada com uma cremalheira de sessenta e cinco dentes, por troca com os sessenta e oito de fábrica.

Fechado o motor era preciso conferir contas. E fazer figas. Infelizmente não resultou perfeita. Ainda é possível tentar outro escape. Mas para alterar a relação de caixa torna-se necessário abrir de novo o motor. Talvez para um set up mais consensual - e experimentado com sucesso – de vinte e dois sessenta e sete.




Mesmo assim, a scooter é muito divertida. Tanto quanto uma Vespa PX consegue ser. Experimentei esta LML no scooterpt camping, conjuntamente com outras oito ou nove scooters. Não se distingue, no tacto, de uma PX recente e estimada, se exceptuarmos as várias nuances que amiúde se escondem sob os balons direitos de cada PX. Sente-se sempre baixa de guiador para os meus padrões – estou habituado às GT(S), lembram-se? – , mas nada cansativa nos punhos. Há muito espaço livre para as pernas. Quase não vibra. Pelo menos se o termo de comparação for uma Lambretta. E curva à mínima ordem do cérebro. Aqui pareceu-me menos progressiva nas transições de inclinação do que outras PX, mas julgo que a explicação estava num pneu dianteiro em fim de vida, suspeito que também culpado de uma travagem pouco precisa a manter a direccionalidade ordenada pelo guiador. Na verdade pareceu-me quase aleatória, embora sem se tornar verdadeiramente perigosa.




Estes espinhos no projecto podiam retirar-lhe brilho e induzir algum desânimo no seu proprietário. Julgo que não foi o caso. E essa é uma verdadeira vantagem de uma LML 2T. É relativamente fácil e acessível construir-lhe um coração à medida, como um puzzle com múltiplas configurações possíveis. E tentar acertar num set up que sirva os propósitos e o gosto do seu proprietário. Sempre gostei de puzzles.



terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Sonho de Outono em Montejunto

Bianca, 27 de Novembro de 2010, Serra de Montejunto.