segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Água Pé ao Litro





Num tempo em que as energias verdes estão na ordem do dia, o culto da gasolina pode parecer anacrónico. Parece e é. Deliciosamente anacrónico. Numa prova como a do Litro, o desfasamento com a realidade é ainda potenciado pela tendência crónica do VCL para realizar eventos que parecem destituídos de bom senso. A ida à Serra da Estrela no pico do inverno é um deles. E a Prova do Litro acompanha outro exemplo de acontecimentos que parecem patetas, mas que - se calhar por causa disso - nos dão um gozo especial num mundo levado demasiado a sério.


O erro de cronologia é simples: esvaziar um depósito para o encher apenas com metade de um copo de gasolina, empurrar a scooter à mão até à linha de partida, arrancar e esperar que a máquina não se engasgue de forma embaraçosa, demasiado perto dessa mesma linha de partida. Ou então optar por ir a fundo e parar antes de chegar à quarta. Eu nem completei uma volta ao circuito desenhado nas instalações dos Comandos em Paço d´Arcos. Ao que parece, houve quem desse mais de cinco voltas. Está rica, a minha mistura.





















































sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Litro & Castanhas no Vespa Clube de Lisboa



 


Amanhã é dia de Prova do Litro.

Depois de 2015, em que trocámos o Outono pela Primavera, e tivemos a oportunidade irrepetível de explorar os estaleiros da Lisnave de Vespa e de máquina fotográfica em punho, este ano o Vespa Clube de Lisboa decidiu voltar ao figurino tradicional. O que significa o regresso da água pé.

Como se sabe, o objectivo da prova é realizar a maior distância possível com rigorosos vinte centilitros de gasolina.

Toca, portanto, a reprogramar esses carburadores, aliviar peso e encher os pneus na carga máxima. 

Se ainda não se inscreveram, rodem o punho até ao VCL.  


terça-feira, 8 de novembro de 2016

Vespa Elettrica





A Piaggio acaba de anunciar na EICMA o lançamento de uma nova Vespa eléctrica na segunda metade de 2017.

O modelo que está a ser exibido na feira anual de Milão parece ser uma Vespa Primavera com algumas adaptações e com a já habitual cor azul associada aos veículos com este tipo de motorização.

Era inevitável que a Vespa fosse ter em catálogo um modelo cem por cento eléctrico a curto ou médio prazo, para começar a fazer a transição dos motores de combustão interna para esta tecnologia mais amiga do ambiente. Em especial na Europa, onde as limitações legais são cada vez mais estreitas, e já existem tomadas de posição claras de alguns governos da Europa Central no sentido de o motor de combustão interna ser banido dos mercados de veículos novos a partir da próxima década de trinta. Caso não tenham reparado, é já daqui a menos de quinze anos !


Parece-me também uma evidência que os construtores estabelecidos serão os primeiros a ter interesse em não se deixarem antecipar.

A Piaggio faz referência a um regresso, tentando sublinhar a sua experiência com eléctricas na década de 70 e 80, mas essa conversa é de marketing.  Desconfio até que a Piaggio já vem algo tarde para esta batalha, se olharmos por exemplo ao que a BMW, embora numa gama diferente, já consegue fazer com a C Evolution. Eu vejo uma todos os dias e posso garantir que impressiona o andamento incrível daquela scooter. É uma solução já real, embora a preço ainda muito elevado. Porém, quando vejo uma C Evolution a arrancar num semáforo e a desaparecer do meu alcance, penso que nem tudo estará perdido quando só tivermos em catálogo eléctricas.

Moral da história: tratem bem as vossas GTS (eu avisei que iam ser clássicas), e ainda mais as Rally, Sprint Veloces, e não se esqueçam de acarinhar as Lambretta. Não sabemos por quanto tempo mais vamos poder gozá-las sem grandes limitações.

E a vocês, o que vos parecem as eléctricas ?

  


Imagens: oficiais Piaggio

sábado, 22 de outubro de 2016

Ruckus





21 de Outubro de 2016, Autódromo do Estoril, European Le Mans Series. Honda Ruckus sobre Ligier JS P3 - Nissan número 15 da categoria LMP3.


domingo, 16 de outubro de 2016

Dez Anos de Vespa GT(S)




Com a temperatura a descer e o trabalho a apertar, sabe ainda melhor gozar uma volta de cerca de duas horas na Bianca.

Ontem, em Montejunto, enquanto quase planava a descer lentamente a serra, lembrei-me que comprei a minha primeira GT no primeiro dia de novembro de 2006. E que desde aí nunca mais estive um dia sequer sem ter uma GT ou GTS na garagem.

Dez anos de enamoramento não só pelo desenho, mas pelo que a scooter permite, pelo que oferece e pelo objecto magnífico que é. Se voltasse atrás, voltaria a comprar exactamente a mesma scooter, a mesma versão e cor. Se fosse comprar hoje, era este modelo (e não o actual) que quereria comprar. Convenhamos que não é muito comum ver histórias que perduram tão felizes na indústria motorizada hoje em dia.

Especula-se que na EICMA, já em Novembro, a Vespa possa apresentar uma nova GTS. Não sei se será já este ano. Sei que não é fácil substituir a GTS. E com as cada vez maiores restrições ambientais, não é certo que a próxima vá melhorar a experiência.   

Para quem tenha curiosidade em saber como é viver com esta já icónica série da Vespa, recomendo o óptimo guia de compra do ScooterLab. Está lá tudo. 

Entretanto, dez anos já voaram.

Still crazy after all these years.  







segunda-feira, 26 de setembro de 2016

O Sobrevivente Tamanco





Dez anos de Camping no Tamanco é mais tempo de vida do que muitos dos sites e fóruns dedicados a scooters neste cantinho lusitano. O Scooterpt chegou a ter uma vitalidade contagiante e foi precursor de uma certa maneira de agregar a comunidade das scooters clássicas, sem divisões nem trincheiras clubísticas.

O Tamanco sempre foi o convívio anual de referência, onde o espaço físico descontraído  e descomprometido exprimia bem os valores integradores e inclusivos do fórum.

Depois de anos muito fortes, o fórum foi perdendo rendimento para outros espaços, até que isolou a vela.

O Camping, porém, continua a realizar-se sempre na mesma altura do ano, como um encontro de amigos que se fizeram nessa fase. Sem horários, obrigações ou programas. Um grande tributo a esse tempo, que ainda hoje faz sentido. E sabe bem.











quinta-feira, 1 de setembro de 2016

O Futuro e o Canivete Suiço












Após semanas sem sair da garagem com o capacete na cabeça, penso nas minhas escolhas de duas rodas para o próximo futuro. Há um lado de mim que me diz que duas scooters já chega. E outro que quer viajar mais vezes para distâncias mais longas em espaços de tempo mais concentrados, tipicamente um fim de semana, como fiz com a NC700X do Júlio em Julho.

O clássico objectivo difícil de conciliar com a scooter, que é lenta por definição. A scooter é excelente para explorar, e como companhia de viagem também não se deve menosprezar, porque é uma ferramenta capaz e muito mais divertida do que parece à primeira vista.

Porém, quando se trata de ligar A a B, e esses lugares estão suficientemente afastados para consumir na íntegra (ou quase) o tempo disponível, a consequência é óbvia: fica-se sem oportunidade para explorar o destino. Não se corre para B, mas fica-se sem tempo para estar em B. O que também é uma limitação, e muitas vezes não é pequena.

Por outro lado, o alcance da scooter em horas / quilómetros é também mais reduzido, o que limita o perímetro a explorar à volta de casa.

É certo que a Vespa GTS está a meio caminho entre uma scooter tradicional pequena - vamos dizer, a LML - , e uma moto em termos, por exemplo, de capacidade para rolar. Mas não é a mesma coisa, e também não foi com esse objectivo que comprei a GTS.  

A solução passa, então, por adicionar uma moto. Que moto ? Uma velha, com certeza.

Nos últimos anos  equacionei comprar, a espaços e com intensidade variável, uma moto de enduro suave e pequena, entre uma Yamaha Serow 225 e uma Honda NX 250. Tinham a vantagem de poder utilizar perto de casa, em trilhos, despreocupadamente. E de aprender a andar em terra. Essas aspirações endurísticas foram amolecendo no meu espírito, e não chegaram a concretizar-se. Hoje, para o que me apetece fazer, também não se adequariam, uma vez que o alcance em termos de perímetro não seria substancialmente diferente de uma scooter, para viajar em pouco tempo.

Sobra, assim, uma moto suficientemente velha para ser económica na aquisição, moderadamente poupada, com capacidade para fazer quilómetros em conforto, suave, robusta, com dois cilindros, apta a algum fora de estrada, e fácil de voltar a vender se concluir que a utilização que lhe vier a dar não é suficiente para justificar mantê-la no estábulo. 

Esse canivete suíço existe e tem um nome: Honda Transalp 600V.   

Resta agora encontrar o negócio certo.