sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Domínio das Automáticas




Uma divertida rábula com texto do César Branco, autor do blog ScooterJunkies, que condensa em pouco mais de três minutos a paródia à volta dos encontros de scooter clássicas e a perigosa companhia de algumas automáticas na ortodoxia manual, felizmente muito pouco praticada entre nós. 
 
Para entender o texto convém estar familiarizado com algumas das palavras chave de temas que por aqui também se vão falando, como VCL, ScooterPT, Tamanco, Moscas da Figueira, LAL, ou o Foguete de Mangualde. Se não souberem que no filme a personagem S800 é o autor deste mesmo blog Offramp, esse é um fortíssimo sinal de que provavelmente  estão a ler estas linhas por engano.
 
 
 
 

domingo, 7 de dezembro de 2014

Frio de Dezembro





A vaga de frio polar aterrou no fim de semana, mesmo a tempo de um passeio para carregar as baterias na LML até à Figueira da Foz. Menos do que a dela, que é nova, o importante é mesmo a minha bateria. Alguns amigos apareceriam para o almoço anual de Dezembro do ScooterPT, não era exacto quantos seriam, mas esse também não era o factor mais importante. A verdade é que tinha urgência em rolar. Afastar uma camada já densa de preocupações quotidianas que me ocupam o processador - o humano -  , e deixar que a deslocação do ar faça esse trabalho de polimento ao passar pela nossa carapaça em cima do frágil engenho.  





Antes que perguntem, o 14 no escudo da LML é uma coincidência, e nada tem a ver com o calendário. Há uns anos atrás, a Scuderia Sereníssima recebeu este número no Lés a Lés. Preparei os vinis, um para a Helix, outro para a T5 do Rui, que acabou por não ir. O vinil ficou desde então na garagem até que há dias se reencontrou comigo. Está um pouco desproporcionado, mas até que a LML receba um polimento - que bem precisa - talvez o mantenha. Mas o melhor é não fazer planos.   












quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Scomadi





Depois de anos de desenvolvimento, e de notícias que vão chegando a conta gotas, com sucessivas versões de protótipos no modelo 300 Turismo Leggera, recebi hoje na caixa de correio  um email da Scomadi a dar-me novas sobre a sua representação ibérica, com vários concessionários em Espanha e, para já, um concessionário em Lisboa.
 
Já é sabido há algum tempo que serão disponibilizadas versões de 50cc (na imagem), 125cc, e de 300cc, todas automáticas, mas com inspiração nas DL que a Lambretta produziu no final da década de 60 e início de 70.
 
Há muita expectativa em especial em relação ao que o modelo 300, com o motor Piaggio da GTS, conseguirá oferecer.
 
A Lambretta é uma religião parecida com o Sebastianismo: muitos anseiam por que volte. O problema é que tem havido, ao longo dos tempos, demasiados alarmes falsos por entre o nevoeiro. E nunca apareceu um Sebastião que se aproximasse do original.A Scomadi tem vantagem perante as demais: não usa o nome Lambretta, embora o carregue de outras formas.

Ainda não vi nenhuma Scomadi ao vivo. E estou curioso. Porém, receio que a minha expectativa seja demasiado alta. Não conheço o plano de negócios da Scomadi, mas parece-me que não faz sentido produzir uma scooter com este fardo que não seja de qualidade de construção e de engenharia acima de uma Vespa GTS 300. Posso estar enganado, mas talvez seja mais fácil vendê-la se for realmente um produto de topo, com um preço a condizer, diferenciado, com rigor de materiais acima de qualquer suspeita, e quase hand made. Do que fazer uma scooter em massa no Oriente com controlo de qualidade inconsistente, um produto inferior à Vespa GTS 300, vendendo-a por preço semelhante a esta. Eu não teria dúvidas onde pôr o meu dinheiro.

Não quero antecipar o futuro desta nova investida até porque, como disse, não vi nenhuma ainda. Mas seria bom que as Scomadi viessem para ficar e pelas melhores razões. Fiquem atentos.

Imagem: Scomadi    


 

domingo, 30 de novembro de 2014

Dilemas de Garagem




As últimas semanas têm sido de transição. A Bianca está já em casa, depois de um mês a reparar a barriga e a parte inferior do estrado, que apesar de todo o cuidado no uso já não estava como era suposto estar: como saiu da fábrica.


É um desafio que reconheço pouco usual e ainda menos racional tentar manter a originalidade da Bianca, usando-a pouco e, simultaneamente, carregá-la de história cúmplice. É um paradoxo difícil de resolver mas que, por alguma razão, continua a fazer todo o sentido no meu espírito, passados quatro anos. Talvez o facto de ter noção de que esse objectivo é desfasado do uso que o comum proprietário destina a uma scooter ajude a explicar a minha apetência por ter outra, que actualmente até são duas, a Helix e a LML.


Com o inverno a trazer o rasto cinzento das chuvas, e alguma indisponibilidade temporária para agarrar-me ao guiador das máquinas, corre também o processo evolutivo de afinar o papel que, na minha cabeça, cada uma delas tem na garagem.














segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Scooters nas Corridas (III)





Ainda as scooters nas corridas, mas de um outro tempo, em que as corridas passavam à porta das casas, no meio das montanhas, vilas e aldeias da Sicília. Sem rails, sem protecção, sem rede. No limite da estrada, da máquina, da razão. Uma loucura.

Esta imagem do arquivo Porsche está coberta dessa adrenalina e reflecte a paixão dos sicilianos pela velocidade, pela competição. Pelo Targa Florio. Voltas de 72 quilómetros, mais de 900 curvas por volta, quase impossível memorizar. Uma verdadeira tortura sinuosa para pilotos e máquinas. Talvez a mais romântica e irracional das corridas de estrada com o envolvimento directo das marcas e a cobertura do respectivo mundial. Quase até à última tragédia neste formato já então anacrónico, cujo episódio final ocorreu em 1977.

A caminho da vitória em 1970, o Porsche 908/3 skate de Jo Siffert e Brian Redman, uma bela seta azul bebé com duas redundantes setas pintadas na carroçaria com o número 12, levanta o pó e passa indiferente à psicadélica Vespa de Palermo estacionada no limite da berma.   

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Scooters nas Corridas (II)






Sábado chuvoso de fim de época no Autódromo do Estoril. LML a caminho através do dilúvio para ver com amigos este campeonato de endurance V de V, que tem um programa de resistência quase familiar, com GT a sério. Os franceses adoram encerrar as hostilidades nos desafios do circuito próximo de Cascais, onde normalmente conseguem gozar o bom tempo nas seis horas de corrida. Não este ano. 

Apesar de se apresentarem a competir em várias dezenas de Porsche 911 GT3, Ferrari 458 Scuderia, Saleen e alguns GT ainda mais excêntricos, estes gentleman drivers deslocam-se no paddock, na sua maior parte, em anónimas scooters chinesas e sem matrícula. Provavelmente compradas todas no mesmo contentor. Claramente os euros e as atenções estão nos GT. Não nas scooters. 


















sábado, 1 de novembro de 2014

Na Terra de LML (III)






À medida que a estação fria se aproxima, as folhas teimam em não alaranjar, nem amarelar. Quanto mais cair. O Outubro foi o Verão que quase não tivemos e estas são ainda imagens de luz de Verão.  


A LML tem alguns trabalhos pela frente, mas não me apetece entregá-la ao mecânico. Quero usá-la e gozá-la sem limitações, pelo menos enquanto não precisar de me vestir por várias camadas. Amanhã tenho que lembrar-me de colar ao lado do painel analógico um autocolante "brake rear". Ajuda a memorizar e a estabilizar a frente e o seu disco. É o único componente mecânico potente nesta scooter.