segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Propósito Para a Década ?





Quando era criança sonhava ser piloto de Fórmula 1. E tinha fascínio pelas viagens à Lua.

Quando somos crianças temos a capacidade de definir bem o que queremos. Nunca pensamos na estratégia, ou na maneira de lá chegar. Dito de outra forma, nunca racionalizamos o investimento e sacrifício necessários para atingir o nosso sonho. É essa uma das grandes vantagens de sonhar quando somos crianças. 

Quando crescemos e amadurecemos os sonhos tornam-se mais complexos. 

Porque raramente não pensamos na estratégia, nas várias opções de que teremos que abdicar, nos riscos envolvidos. Mesmo quando estamos a falar de sonhos no sentido mais nobre e inocente, e não de meras opções profissionais ou de investimento por exemplo.

Mesmo com conforto e bem-estar de primeiro mundo, é raro não racionalizar um sonho ou, mais especificamente, uma aspiração material. 

Para que me serve ? Que uso lhe vou dar ? Que prazer me dará ? Como será como investimento ? E se me arrepender ? Será que vou perder muito dinheiro ?

Todo este processo é fundamental para gerirmos com equilíbrio a nossa vida, mas corrói uma certa inocência, que também nos faz falta.




O que é que isto tem a ver com scooters ?

As passagens de ano são momentos de balanço. 2019 foi um ano feliz e, no que a este blog diz respeito, foi claramente o ano Lambretta. Em que finalmente concretizei essa aspiração, que julgo que nem eu próprio tinha noção que estivesse tão enraizada em mim.

2020 começou com dias de um permanente sol de inverno, e algum tempo livre em Lisboa, só para mim.

O pretexto meteorológico combinado com essa disponibilidade deixou-me um bom par de dias em que pude explorar a Lambretta, deambulando aleatoriamente pela minha cidade sem pressas, com um sorriso de criança. 

Durante estes dias, só me apeteceu andar de Lambretta.

Uma vontade intensa, pura, interiormente alegre.

E foi o que fiz. 

Feliz por não estar a racionalizar o sonho.     


  










2 comentários:

Slow disse...

Este teu último post fecha, com uma ideia chave na última frase, sobre uma das nossas atividades "extra curriculares" favoritas: a falta de racionalidade. E é essa falta, que lhe dá encanto. Na compra, na venda, nos dias de calor, frio, vento ou chuva, de noite ou de dia. Um sorriso largo, nunca é de grandes racionalidades... Lá isso...
Grande abraço.

Nuno Lopes disse...

Vasco, se fossemos racionais, não existiria a Vespa, Lambretta e tantas histórias vividas por alguém tão irracional.