Um cruzamento com carris de ferro é um território que raramente resisto a explorar. Prefiro espaços amplos, com pouco ou nenhum casario, em que a presença humana se note apenas na construção da linha e em actividades pouco intrusivas da paisagem. Não raras vezes é o que sucede com as intervenções agrícolas, que não modificam estruturalmente o espaço em seu redor. Importam novas paletas de cor, em função das estações do ano e dos respectivos cultivos, e estão mais próximas do território natural em bruto. Em regra, integram-se na paisagem sem que o meu sentido de observação mais severo as reprove.
A intervenção de ruptura também tem os seus atractivos, como é exemplo clássico o dos espaços industriais abandonados que cercam algumas estações de caminhos de ferro, também elas decadentes. Eram edifícios que davam e recebiam das estações. Não só bens, mas também gente e emoções.
É um pouco de tudo o que se procura quando se deambula numa scooter por estradas e caminhos estreitos, frequentemente com pouco mais do que a largura que ocupam dois carris. Por vezes encontro razões para me deslumbrar, muitas outras nem por isso.
4 comentários:
começo a sentir vontade de explorar caminhos de ferro desactivados por aqui. Também os deverá haver...
Fantásticos cenários e que majestosa scooter! Ainda faltou-me oportunidade de fotografar minhas scooters fora da urbe ou da paisagem costeira do Rio de Janeiro, mas espero mudar isso até o final desse ano...
Abraço,
Leo
se quiseres fazer mais uns kms (posso ir ter contigo) sobe até à zona de montemor o velho/soure/pombal. valerá muito a pena. tens a linha que vai para coimbra/figueira, em verride ou alfarelos ou na bifurcação de lares, com edificios ferroviários desactivados, rios e arrozais e muitas pontes. máquinas agrícolas com rodas estranhas... apita!
Rui,
Não tenho dúvidas que haverá por perto muito que explorar. Já nem digo para leste, em Trás os Montes, que é um paraíso neste particular. Se calhar, não por muito mais tempo.
Leo,
Fico à espera dessas imagens. Talvez até ao final do ano consigamos aparecer na mesma fotografia...
Barreto,
Julgo que sei a que zona te referes, tenho há muito tempo sinalizada uma região de arrozais muito bonita por essas bandas. Exige sempre um dia inteiro para ir e vir com calma. O que é sempre difícil de conseguir. Temos que combinar isso :)
Abraços,
Vasco
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