sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Ecos de Milão (III) - Lambretta

 
Devo dizer que a minha admiração pelas Lambrettas clássicas é relativamente recente. Mas tem vindo a agigantar-se perigosamente no meu espírito. Já me tem acontecido pecar em pensamento, imaginando uma DL 150 num lugar de garagem que me pertença. Tenho conseguido controlar à distância este maléfico desejo com o papão técnico. É conhecida a minha inaptidão para sujar as mãos em óleo, só comparável à minha exígua capacidade para lidar com os mistérios do humor de uma clássica.
 
 


Seguramente não estava a pensar numa DL 150 quando encarei o stand Lambretta na EICMA. E tenho que confessar que fiquei algo inquieto quando vi ao vivo o modelo exposto. A primeira sensação é familiar, porque já me habituei a vê-la em fotografias de salões anteriores. Mas é daquelas scooters que é realmente estranha. Parece tosca, e provavelmente é. Mas – paradoxalmente, talvez - o desenho é bom, mesmo sendo declaradamente retro. Não se sente original, mas agrada, embora sem deslumbrar.




 
Do que menos gostei foi da sensação a plástico. Não há nada de errado com o plástico, aliás essa é a pele mais comum à esmagadora maioria das scooters hoje. Mas nesta scooter em particular o plástico parece sublinhar-se em todos os componentes. Há pormenores bonitos, mas o material acaba por destacar-se a bold. Tresanda a plástico.





 
Conversamos com o responsável pelo stand e fazemos algumas perguntas. Ficamos a saber que o motor será SYM, de 125 e 150cc, refrigerado a ar, a quatro tempos e de transmissão automática. As rodas serão de doze polegadas e atrás estará um travão de tambor a ajudar a missão do disco frontal. Garantem-nos ainda que em Itália se proporá a sua venda por um preço em torno dos três mil euros, algures no primeiro quartel de 2011. Será ?... Voltei a pensar na DL.


 

5 comentários:

Rui Tavares disse...

O meu gosto pelas Lambretta já tem um par de anos, com a aquisição de uma LI150 e gosto. Vibra muito (Imenso), a parte eléctrica falha por (muitas) vezes, pega sempre bem, é magrinha no trânsito e o motor tem alma. Ou seja gosto.
Mas não gostei destas. E ainda ando a tentar perceber porquê! Será o plástico? Muito plástico. Tosco em sitios demais!? Não sei mas acho que se me apresentassem está máquina em chapa mais pesada e portanto com menos performance, acho que gostava mais. Tolice? Talvez.

Leonardo Dueñas disse...

Plásticos a parte, já notaram que o painel é uma imitação grosseira do da Vespa GTS300 Super - ou dos das antigas GT?

Parabéns Vasco por disponibilizar aos distantes mortais no novo continente tuas opiniões; estou recomendando o post a todo mundo, já foi até citado.

Dá uma vontade danada de comprar [mesmo isso sendo aqui impossível até segunda ordem], mas o que incomoda é que além do desenho e do emblema, não há mais nada realmente Lambretta nela.

Abraço,
Leo

VCS disse...

É uma Lambretta paradoxal. Se calhar demasiado incoerente para alguma vez nascer para além de um Salão. É uma pena que uma marca com este capital de simpatia pelo mundo fora se vá enredando em equívocos sucessivos, sem encontrar o seu caminho.
Pode ser que seja desta, mas confesso-me descrente.
Leo, sabes que aprecio o vosso entusiasmo aí desse lado do Atlântico, podes espalhar as notícias por aí :)

Abraços,
Vasco

Unknown disse...

Parabéns pelo blog amigo! Possuo uma Lambretta LI 150 do ano de 1967 serie brasil, amo dela, adoro dar passeios com ela e tudo mais, achei essa Lambretta nova mto legal, se chegar aqui no brasil irei pensar em ter uma! Acesse meu blog www.lambrettasefuscas.blogspot.com

VCS disse...

Obrigado, Danir. Bem-vindo.
Parabéns pela LI 150, é uma belíssima Lambretta:)

Vasco