Olhando para ela, nota-se alguma agressividade. A exuberância dos travões, a largura do pneu traseiro e, nesta unidade, a magnífica linha de escape Akrapovic.
Porém, a nota dominante é a de um certo luxo, quer nos acabamentos, quer nos materiais. Especialmente quando passamos a perna por cima do assento para nos sentarmos aos comandos e percorremos telegraficamente os manómetros com rebordo cromado. A posição de condução é natural e perfeita para a minha estatura. O banco é suficientemente macio mas firme. Por baixo dele há espaço para um capacete integral.
Rodando a chave obtém-se contacto, motor de arranque e… o céu quase muda de cor. O trovejar do Akrapovic anuncia um lobo quando, pelo luxo e conforto, se podia esperar por um cordeiro.
Dentro do capacete recupero então uma anotação mental antiga. Uma sigla: T-MAX. Por coincidência rima com clímax, mas talvez seja cortesia das infinitas variantes da língua portuguesa.
Arranco tentando ambientar-me. De imediato, penso que algo de errado se passa com o motor ou com a transmissão: “Tanta rotação?!?”. Dois cruzamentos depois já percebi que é mesmo assim. Este motor é um predador, pronto a ser provocado em qualquer um dos estágios do conta-rotações digital: puxar por ele com decisão com o gráfico cheio em 2, 3, 4, 5, 6... trrrrruuuuaaaa!! é como largar uma chispa num paiol.
Não se pense, contudo, que a TMAX é só motor. Este talvez seja o elemento mecânico mais exuberante, pelo torque invulgar e potência digna de nos fazer sentir a bordo da Japan Airlines. Mas esta Yamaha é muito mais completa do que um dragster.
O quadro, actualmente (este exemplar do Pedro Figueiredo é o MY 2009), é em alumínio, abandonando a estrutura tubular em aço, o que lhe confere uma rigidez e precisão invejável.
O motor não acompanha os movimentos do eixo traseiro, surgindo montado no centro da scooter.
Na verdade, estes são alguns dos segredos da T-MAX. Com este layout, guia-se como uma moto, induz sensações e a qualidade de condução que uma moto é capaz de proporcionar. A frente lê a estrada como em nenhuma outra scooter que tenha conduzido, sabemos exactamente o que está a fazer, não há indecisão ou informação dúbia.
A suspensão mostra uma taragem certa para não comprometer um certo conforto nas esburacadas ruas de Lisboa, mas nunca perde a compostura numa curva rápida com ressalto a 160 quilómetros por hora.
Travá-la é um exercício desconcertante, força e tacto doseáveis com o conforto extra da regulação das manetes. Não se sente o efeito do ABS em seco, o que testemunha a favor da sua calibragem.
Se pudesse fechar os olhos aos comandos, numa estrada exigente de montanha, não diria que tinha um guiador de scooter nas mãos.
Quando desmontei, tirando o pé do ski direito, acrescentei um marcador à minha anotação mental: TMAX. Scooter ou moto ?
4 comentários:
Por vezes a linha é ténue e essa scooter (mota?) parece desafiá-la.
Curioso o pormenor do motor independente da roda traseira, tal como nas Heinkel :)
Lamentavelmente a Yamaha do Brasil nunca importou oficialmente a TMAX, mas outro dia vi uma usada sendo venda aqui no Rio. Um design e detalhes nitidamente superiores aos da Suzuki Burgman 400, disponível aos brasileiros na sua respectiva rede de concessionários. O mais amargo da raridade dessa TMAX é que usada no Brasil custa provavelmente algo entre o dobro e o triplo de uma 0 km no velho continente.
Também fiquei admirado com a tecnologia do motor fixo, finalmente uma novidade à fórmula quase ditatória filha da Honda.
Abraço,
Leo
Rui,
Foi, de longe, a scooter mais moto que conduzi. O Pedro, dono desta TMAX, já vai na segunda e dispensa o automóvel ou outras motos. O que também ajuda a prova a polivalência do conceito.
Leo,
Obrigado por esse feedback.
Realmente é incompreensível a (auto)limitação do vosso mercado. A TMAX é bastante cara aqui em Portugal, quase Eur.10.000, e tem vendas muito residuais. Mas em Espanha, por exemplo, vende muito bem.
A Burgman é outro estilo de maxi-scooter, confesso que também prefiro o sal extra da TMAX.
Abraços,
Vasco
Tive um tmax 2005 e viajei com esse scooter mais de 3000km.
Saindo do Sul da França percorri o litoral da Itália até a Sicilia, depois de atravessar a ilha passei para Sardegna, Corsega e de volta ao sul da França.
Para quem ainda não teve essa vez;
pode ter certeza que é difícil de entender porque a yamaha ainda não trouxe essa máquina para o Brasil!
Por vários motivos:
Em primeiro é uma moto bem bonita leve e rápida...
Navega-se sempre limpo porque os pes ficam escondidos e o parabrisa proteje bastante tambem.
mtor 500c não é caro como os 1000c
É solução elegante e tem porta capacete.
É sem dúvida o scooter mais cobiçado da Europa.
Eu encontrei um em SP para vender mas não insisti na aventura porque aqui não tem mercado.
Até agora não entendí...
YAMAAAHHAA... ALO ..ALO.. TEM ALGUEM AÍ... !!!??
TÁ OCUPADO...
Bom qualquer dia destes eles vão se lembrar de nós.. eu espero!!
Enfim o tmax é um show..
Mais confortável do que tudo que eu já andei!!
Para o dia a dia é melhor do que carro, moto, bicicleta..etc
mesmo em dia de chuva.
Existe até uma capa própria para scooter para os dias de chuva que cobre o piloto como um ponche e voce anda seco. Bom essa eu não tive, mas vi.
Além do que essa moto é a da moda
e todos os bacanas e bacaninhas vão para o escritório com ela..
Legal gente
Vamos aguardar
Abraço a todos
Fernando
Enviar um comentário