quinta-feira, 1 de setembro de 2016

O Futuro e o Canivete Suiço












Após semanas sem sair da garagem com o capacete na cabeça, penso nas minhas escolhas de duas rodas para o próximo futuro. Há um lado de mim que me diz que duas scooters já chega. E outro que quer viajar mais vezes para distâncias mais longas em espaços de tempo mais concentrados, tipicamente um fim de semana, como fiz com a NC700X do Júlio em Julho.

O clássico objectivo difícil de conciliar com a scooter, que é lenta por definição. A scooter é excelente para explorar, e como companhia de viagem também não se deve menosprezar, porque é uma ferramenta capaz e muito mais divertida do que parece à primeira vista.

Porém, quando se trata de ligar A a B, e esses lugares estão suficientemente afastados para consumir na íntegra (ou quase) o tempo disponível, a consequência é óbvia: fica-se sem oportunidade para explorar o destino. Não se corre para B, mas fica-se sem tempo para estar em B. O que também é uma limitação, e muitas vezes não é pequena.

Por outro lado, o alcance da scooter em horas / quilómetros é também mais reduzido, o que limita o perímetro a explorar à volta de casa.

É certo que a Vespa GTS está a meio caminho entre uma scooter tradicional pequena - vamos dizer, a LML - , e uma moto em termos, por exemplo, de capacidade para rolar. Mas não é a mesma coisa, e também não foi com esse objectivo que comprei a GTS.  

A solução passa, então, por adicionar uma moto. Que moto ? Uma velha, com certeza.

Nos últimos anos  equacionei comprar, a espaços e com intensidade variável, uma moto de enduro suave e pequena, entre uma Yamaha Serow 225 e uma Honda NX 250. Tinham a vantagem de poder utilizar perto de casa, em trilhos, despreocupadamente. E de aprender a andar em terra. Essas aspirações endurísticas foram amolecendo no meu espírito, e não chegaram a concretizar-se. Hoje, para o que me apetece fazer, também não se adequariam, uma vez que o alcance em termos de perímetro não seria substancialmente diferente de uma scooter, para viajar em pouco tempo.

Sobra, assim, uma moto suficientemente velha para ser económica na aquisição, moderadamente poupada, com capacidade para fazer quilómetros em conforto, suave, robusta, com dois cilindros, apta a algum fora de estrada, e fácil de voltar a vender se concluir que a utilização que lhe vier a dar não é suficiente para justificar mantê-la no estábulo. 

Esse canivete suíço existe e tem um nome: Honda Transalp 600V.   

Resta agora encontrar o negócio certo.



9 comentários:

Anónimo disse...

http://www.standvirtual.com/motos/anuncios/Honda/Transalp/M906533/

Boa tarde,
Só uma pequena sugestão de quem gostou muito do texto ( mas não é minha :)

Cumprimentos,

Filipe

C disse...

Pois, o sol de Verão e pouco cabelo têm destas consequências! :-) ;-)

Julio disse...

Estava mesmo à espera que a voltinha na NC fosse dar nisto! :)
TA 600 é uma excelente escolha. A 1ª série de farol quadrado tem uma estética espectacular e é máquina para durar muito. Sempre gostei muito das Transalps e essa é a minha preferida. Ainda assim, pondera bem se nessa equação vais de facto usá-la no offroad. Se usares então vai para a Transalp. Há motas melhores, claro, mas a TA, não sendo perfeita em nada, faz tudo! A questão é que para usar a TA no fora de estrada é preciso estares de facto para aí voltado... Andar equipado tipo tartaruga ninja e arranjar companhia para essas aventuras. (p.s. se eu tiver mota à altura contas comigo!). Como perceberás não é exactamente o mesmo que meter uma nx250 ou uma serrow no mato. Com uma dessas eu aventurava-me sozinho e com menos equipamento, mas com a TA já não me atreveria. Nos meus tempos de "verdascas" (voltinhas enduristas em trail´s)deu para perceber que companhia e protecções são essenciais. Ficar com uma bicho de mais de 200kg em cima de nós pode ser chato se não tivermos companhia nem equipamento. Mas respeitando essas regras nunca tive problemas de maior, e os tralhos foram muuuuuitos! Não quero desencorajar, apenas a apontar uma perspectiva, até porque para mim, foram esses passeios os mais gratificantes que já fiz de mota. Mas se o uso endurista não estiver mesmo nos teus planos, se for sobretudo para passeios como aquele em que usaste a NC, talvez uma Deuville seja ainda melhor opção.
Abraço
Júlio

VCS disse...

A TA600V é a minha escolha por várias razões:
economia: não quero despender muito na aquisição e interessa-me uma moto o mais direita e original possível;
fiabilidade: não sendo a mais simples das trail desta época (por exemplo, a Dominator é muito mais), é muito robusta, uma Honda à antiga, made in japan;
equilíbrio: é basicamente uma moto confortável para estradas más e estradões de terra bons. Claro que não serve para trial, nem para aventuras radicais. Não excluo, no entanto, o Lés a Lés off road, que pelo que tenho visto é relativamente acessível.
posição de condução: adoro a ergonomia da TA.
Também confesso que prefiro a estética altamente datada das versões 91-93 de farol quadrado, bem como as cores pouco usuais, azul ou verde água.
Já fui experimentar uma TA de 91 há dias, mas ainda não era aquela.
Para mim, a Deauville perde para a TA no preço de aquisição, na posição de condução, e na polivalência. Mas também gosto, e quero ver se experimento a do Cavok em breve, só para tirar teimas.

Abraço,
Vasco

Julio disse...

Estamos em sintonia quase total excepto no comentário do " Claro que não serve para trial, nem para aventuras radicais." É claro que serve! E posso mandar-te umas fotos giras a comprovar! Era disso a que me estava a referir. É que a mota é MESMO polivalente!! :) Certamente haverá motas mais "lógicas" e eficazes para isso, mas é como fazer um LaL ou uma viagem grande numa scooter. Não será a mota mais "lógica" nem "eficaz" mas consegue dar conta do recado e compensando até com uma gratificação maior para quem se aventura com ela assim. Mas era nesse cenário em que falava da necessidade do equipamento extra e da companhia. Para ligações de terra "softs" não será tão essencial.
Da Deuville não faço ideia dos preços, mas deverão ser mais caras, sim. Dei uma voltinha numa e gostei muito. Também prefiro a posição da TA. Uma vantagem fixe da Deauville é a transmissão. Acho um bocado chato os cuidados contínuos que a corrente exige... Mas para usar a TA num ou noutro passeio não terás esse problema (manutenção regular).
Um abraço e boas compras. Fico a torcer para que encontres uma verdinha de farol quadrado! ;)

VCS disse...

Júlio,

Quando digo que não serve para trial e aventuras radicais, estou a dizer que nas minhas mãos não servirá, porque o meu nível de destreza na terra é limitado, para não dizer próximo de zero. Nas mãos de um piloto experiente e destemido, qualquer "coisa" voa, até uma TA !
A verde de farol quadrado é mesmo o patinho feio. Gosto !

Abraço,
Vasco

Rui Tavares disse...

Permitam-me recordar-vos da beleza única da cor Maroon. Vasco, como sabes a minha nunca viu terra, a nao ser uns estradoes maus e isso muito por falta de equipamento e companhia. Mas ainda o vou fazer. E com a TA, porque tambem acho que chega e sobra.
Agora esquecendo isso da terra, imaginas com certeza o gozo que dá subir ou descer passeios sem pensar, nao se assustar com buracos, nunca tocar no chao mesmo em rampas de garagem estranhas, etc, etc. Julgando por mim, vais adorar.

VCS disse...

Rui,

A tua TA "Maroon" foi responsável pela presença do modelo na minha lista. Se não estivesse impecável, provavelmente não teria equacionado uma TA, muitas vezes estas experiências são decisivas.

Abraço,
Vasco

Rui Tavares disse...

Hoje voltei à TA depois de um mês com a T5. Uma avaria no regulador eléctrico que fez o favor de me queimar também a bateria, atirou-a para a garagem. Hoje fiz o meu Commuting pelo caminho mais longo. Soube bem acelerar ainda em cima do passeio.