domingo, 18 de janeiro de 2015

Azeitona no Estaminé (II)







Manhã em sessão de testes. Na oficina, numa inspecção visual, a LML não parecia estar totalmente alinhada, mas realmente é difícil treinar o olhar nestas máquinas. O guarda lamas nunca está direito, o descanso também não, há várias superfícies que concorrem para deformar linhas quadriculadas na nossa visão de frente para o esqueleto indiano. Neste particular, as PX também não ganham por grande margem, não se ficam a rir. É raro encontrar um guarda lamas alinhado. E agora, quando olho para uma, estou sempre a ver estes pormenores.






Durante a semana tinha tido nota de que os meus mais desastrosos receios não se tinham confirmado. Por ordem decrescente de gravidade: o quadro está direito; a forquilha não está empenada. Abaixo disto na escala já me permitia manter a scooter, e evitar o embaraço de exclamar imediatamente ao mecânico: "Vendida!".


Aparentemente o problema estava no braço da suspensão, o-rings, rolamentos e eixo. E as caixas de direcção também já tinham visto melhores dias. Não perguntei, mas espero que quem lhe mexeu tenha a vacina do tétano em dia.


  


A manhã esteve de aguaceiros, com um misto de estrada molhada ou apenas húmida em alguns locais menos abrigados do vento. Quase ideal para o efeito que pretendia, porque a LML era um verdadeiro susto à chuva, e a nova geometria talvez me contasse outra história hoje. Acertei a pressão dos pneus e arranquei. 


Assim que saí da cidade e apanhei uma recta percebi que tenho uma scooter nova: tirar as mãos do guiador equivale a manter a direcção. Acabou a inclinação para a esquerda. Passar em ressaltos também me trouxe uma sensação desconhecida, a suspensão da frente está suave e até progressiva. O travão da frente ficou a parecer menos potente, o que é bom nesta scooter. Ainda assim, é suficientemente forte para bloquear se for muito provocado. 


Tudo isto é muito bom, diverti-me a guiá-la, confiante. Até os pneus me pareciam melhores à chuva. Mas ainda não está perfeita. Noto ainda uma ligeira inclinação para o interior, quando curvo para a esquerda acima de setenta, oitenta, e toco no travão dianteiro. Muitíssimo menos do que sentia antes, é ligeiro, mas o efeito não foi totalmente eliminado. Porém, a partir daqui dou-me por satisfeito. Uma LML perfeita não existe.

   

5 comentários:

Julio disse...

Afinal era simples do que parecia... :)
Ainda bem!
Dificil vai ser dar conta dessa ferrugem. ;)
Não sou expert na matéria mas como dizes, uma lml perfeita não existe e possivelmente essas pequenas inclinações são o resultado de um desenho da máquina desequilibrado por natureza.
abraço
Julio

Rui Tavares disse...

Se esse efeito da travagem nas curvas para a esquerda for do accionar da suspensão, então estará bem, caso contrário...
Acho estranho que os problemas detetados não deixassem perceber folgas, daí a minha apreensão. Mas pronto. Já dá para o LaL. Na Heinkel não é aconselhavel tirar as mãos do guiador...

VCS disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
VCS disse...

Rui,

Percebo a tua estranheza, e faz todo o sentido a tua observação, de resto muito racional.
Porém, o teste que fiz também não me deixou dúvidas de que a scooter está incomparavelmente melhor, arrisco dizer: segura.
Vamos ver. Provavelmente, como está, chegou áquele ponto em que convém ponderar bem quanto tempo e dinheiro quero investir para colmatar/descobrir os detalhes que ainda não estão a 100%. Se é que não é mesmo fruto de um desequilíbrio original, de um motor montado "de lado"...

Abraço,
Vasco

VCS disse...

Júlio,

De momento a ferrugem só me preocupa na medida em que possa alastrar e causar outro tipo de danos, principalmente na área mecânica, como pode eventualmente ser o caso na forqueta/o-rings.

De resto, tal como está, tenho a certeza de que para mais de 90% dos mecânicos especialistas nestas máquinas, está realmente Ok, ao melhor estilo "não é defeito, é feitio". :-)

Abraço,
Vasco