quarta-feira, 6 de junho de 2012

#76




Em contagem decrescente para o quinto Lés a Lés consecutivo, acabo de resgatar a minha Honda Helix da oficina, de onde voltou com mais um pneu traseiro novo. Aparenta estar pronta para - com os seus dezoito anos que fazem dela sénior - enfrentar já amanhã nova odisseia pelas torcidas estradas e caminhos do Portugal antigo. Um regresso ao passado, algures ao final dos anos 70, início dos anos 80, ao período anterior à febre das vias de comunicação rodoviárias com o prefixo "IP" e "AE".

Este ano a caravana é recebida em Tavira, a sul, onde decorrerá o prólogo já amanhã, e a partida da primeira etapa, dia 8, de 545 quilómetros, rumando à Covilhã, no sopé da Serra da Estrela. No dia seguinte encerra-se a viagem na segunda etapa, em Boticas, revisitando o início do Lés a Lés de 2009.

A minha companhia será novamente o Hugo Oliveira, que desta vez estará confortavelmente instalado na sua BMW GS 1150 com malas volta-ao-mundo-Touratech. O mamute encarregar-se-à de fazer com que a Scuderia Sereníssima passe despercebida no meio das outras dezenas de motos com uma hélice azul e branca desenhada no depósito. É que vamos vestir o dorsal 76, um número alto tendo em conta a modéstia das prestações da veterana Helix, o que adiciona algum stress a um passeio que prefiro mais relaxado, na frente da caravana.

O novo pneu traseiro regista o fim de um ciclo de experiências sobre o acentuado desgaste de borracha nesta scooter tão particular. Experimentei quase todas as hipóteses - não são muitas - de marcas conceituadas para uma medida muito específica, 120/90-10. Depois dos Pirelli SL 26, Metzeler ME7 e Dunlop SX01, regresso aos Bridgestone ML16, o modelo que equipava a Helix quando a comprei, e aquele que registou maior longevidade no teste de endurance. Como os pneus estavam a quase metade do preço a que já os vi - paguei desta vez cerca de Eur.35 com portes por cada um -, veio também um outro Bridgestone ML de reserva, o ML 50 na mesma medida. Não resisto a experiências...

Para aqueles que, entre os leitores destas linhas, tenham uma Helix na garagem, aqui fica o meu testemunho de utilizador de pneus traseiros, usando pressões recomendadas no manual do utilizador: registei uma duração média de quatro a cinco mil quilómetros para os Pirelli e Dunlop, talvez seis a sete mil para o Bridgestone (não chegou novo às minhas mãos) e menos de três mil (!) para o Metzeler. A maioria dos quilómetros com top case, sempre a solo.

A título de curiosidade, devo dizer que todos estes pneus, incluindo o pneu standard - Bridgestone ML 16 - têm um código de velocidade "J", o que significa que são recomendados para velocidades até cem quilómetros hora, valor que a Helix atinge com relativa facilidade.

A única excepção é o Metzeler ME7, que tem um código de velocidade "L", até cento e vinte quilómetros hora. Por razões que desconheço, foi exactamente  este pneu que se revelou o mais fraco em durabilidade.

2 comentários:

Anónimo disse...

Hehe. A Helix está cada vez mais veterana nessas andanças...

Da minha pouca experiência, fui percebendo que o desgaste dos pneus é muito mais acentuado se fizermos muitos km´s seguidos. Isso e o calor do asfalto talvez ajudem a compreender/justificar o desaparecimento quase misterioso dos pneus da Helix.

Quando vi a foto imaginei que ias a rolar com o pneu assim no LaL e lembrei-me logo de um anterior episódio em que ficaste "descalço" a meio de um passeio. Mas provavelmente foi a foto dela a caminho da oficina... :)

Uma pequena correcção: a ventoinha do Hugo é uma 1100, e não uma 1150. certo? um belo chaço! :)

Façam boa viagem. Fico à espera das fotos e da crónica!
abraço
júlio

VCS disse...

Júlio,

A Helix portou-se à altura, mais uma vez. Como estou traumatizado com pneus traseiros, desta vez comprei dois Bridgestone. Cheguei a equacionar levar um pneu na tampa do top case, não fosse ficar apeado, mas achei que ficava muito Sahara style :-).
Pela experiência deste Lés, não vou querer outros pneus. Foi novo e veio praticamente como foi, dois mil quilómetros depois. No ano passado, com a mesma intensidade (mas com mais calor, é verdade), o Metzeler já estava perto do fim.

Quanto à ventoinha, é 1100 sim senhor. Celebrou 150.000kms no Lés. E tens razão quanto a ser um chaço :). Nas curvas estava sempre a estorvar à minha frente, com aquelas malas de electricista enormes.

Abraço,
Vasco