sábado, 14 de janeiro de 2012

Jogo da Mala



A minha Bianca, uma entre muitas Vespa GTS 300 Super, é muito prática em andamento, para além de ser das poucas scooters que se pode adjectivar de linda sem se correr o risco de sobrepor - ...muito... - a subjectividade à objectividade.

Padece, contudo, de um pecadilho que já vem da minha anterior Vespa Granturismo 200. Falha no primeiro detalhe pragmático e básico em que o scooterista pensa quando estaciona a scooter. Onde vou deixar o meu capacete? É incrível como a Piaggio nunca resolveu - aparentemente nem quis resolver - este problema, pois nenhum capacete digno desse nome cabe no met-in (ou baú por baixo do banco) da série GT(S). Nem mesmo o meu Vespa Granturismo (M), feito especificamente para esta série - mais um contrasenso - , a não ser que o esfole e comprima deformando o banco e o próprio capacete.

Este defeito, para além de ser obviamente irritante, revela uma outra pecha. Para além de o met-in ser pouco largo e com uma profundidade mínima, está mal aproveitado. Apresenta curvas e desníveis que retiram ainda mais espaço. É certo que estes recantos também existem noutras scooters. Mas nestas notam-se menos, pois muitas vezes conseguimos guardar um capacete integral, ou pelo menos um jet com viseira, o que nos faz esquecer o formato mais estranho deste compartimento.   

O que esta limitação implica é simples: muitos utilizadores intensivos da GT(S) optam por uma top case - como tinha a minha Granturismo - pela grelha traseira cromada ou pelo porta couves frontal. Ou pelas três em conjunto, se se for um devoto de viagens. Destas três soluções, na minha opinião, nenhuma se enquadra na aura da Super. Talvez o porta couves frontal possa ser uma excepção, e até ajuda a distribuir peso para a frente. Mas os suportes nunca me convenceram, e a quase certeza de danificar a pintura no escudo ainda menos me entusiasmam para comprar um.

Já tinha desistido de voltar a pensar no baú, até que na ida à Serra da Estrela com o Vespa Clube de Lisboa, o Luís Trigo me mostrou uma mala feita à medida para o met-in da sua Super.

Fiquei impressionado com a ideia, o detalhe e a qualidade do trabalho. Perguntei-lhe como tinha feito e decidi que faria uma para mim. Tem duas vantagens:  aproveita melhor o espaço existente e não permite que levemos para o met-in algo que nele não caberá. O que couber no saco, cabe no baú. O que é especialmente prático para alguém que faz sempre a mala no último minuto, esquece sempre algo de que precisa, acrescentando o que não necessita. Desenhado para quem tem uma má relação com o jogo da mala.






  










10 comentários:

C disse...

Pois... tenho um GTS Super de 2009 e entendo bem esse desespero. Embora só use a minha em laser, é sempre um desafio rentabilizar o espaço do met-in.
Se pensar em produzir esse saco em série, ou pelo menos por encomenda, sou um potencial candidato. É uma ideia fantástica, para além de condizer a 100% com a Super.

Anónimo disse...

hehe, até vem com faixinha ranca e a bela da maçã. nice ;)
muito bom aspecto.
valeu a espera!
abraço
Júlio

VCS disse...

Castanheira,

Como disse no post, a ideia de mandar fazer o saco não foi minha, mas de um proprietário de uma Super igual à nossa, o Luís Trigo, que me descreveu como fez a sua. Julgo que ele não se importará que o cite aqui, para que mais utilizadores de GT(S) aproveitem a ideia:

"1 - Seleccionar um estofador de automóveis.
2 - Apresentar a ideia mostrando o 'met-in'.
3 - Ele próprio tirou as medidas e fez os 2 moldes em papel, o da base, que é igual ao do topo e o da lateral, que é uma peça completa.
4 - Ele pediu a quantidade de tecido e o comprimento do fecho que entendeu.
5 - Na casa das napas, seleccionei uma peça bastante resistente, habitualmente usada para as capotas exteriores dos automóveis, em preto. Escolhi também na mesma loja o fecho, dos mais largos e resistentes, também em preto.
6 - Entreguei os materiais no estofador e pedi que me guardasse as sobras para os emblemas laterais Vespa, pedi ainda que incluisse nas costuras à volta do topo um friso branco idêntico ao do banco.
7 - Com o mesmo material do saco, foram feitas as duas asas, com um comprimento adequado. A costura das asas foi reforçada com uma taxa metálica em cada ponta.
8 - As sobras foram-me devolvidas no dia seguinte. Fui a uma loja de publicidade e estampagem (das que aplicam nomes e desenhos em t-shirts e outras peças de roupa), com a empregada, seleccionei o emblema da Vespa no google, ela transferiu/imprimiu o desenho para uma película aderente própria e, com calor, estampou os emblemas na napa.
9 - O estofador cortou os emblemas Vespa com a tesoura de bicos e coseu-os um de cada lado do saco.
10 - Ficou pronto para usar. "

A parte do emblema (8 e 9) não fiz exactamente assim, aliás ainda não está feita na minha mala. A maçã do logo Vespa na minha mala, por enquanto, é um autocolante.

Fiz duas malas, uma para mim, e outra para o Júlio Santos, que tem uma GT, e aderiu à ideia.

Planos para uma produção em série não existem, mas talvez a Piaggio ou alguém com faro para o negócio ponha em prática a ideia.

Abraço,

Vasco

VCS disse...

Júlio,

Quando quiseres combinamos e entrego-te a tua "mala GT".:)

Abraço,
Vasco

Luis Trigo disse...

Viva Vasco!

Obrigado pela tua msg,
Sim senhor, prometido é de 'vidro'!, disseste que avançavas para a obra e aí está ela para se ver. Muito fixe!
Agora para a estreia? Algum evento agendado, tipo... Serra da Estrela 2012, ou VWD em Londres?
Ando cá a pensar nos dois...
Interessa Vasco?
Um abraço
Luís Trigo
Setúbal

VCS disse...

Viva, Luís !

Obrigado pela mensagem, e pela ideia!
Quanto aos eventos, o VWD está fora dos meus planos, mas a Serra da Estrela consta do meu radar. Só vai depender da compatibilidade entre as datas que o VCL escolher (já se sabe?)e a minha agenda.

Um abraço,
Vasco

Leonardo Dueñas disse...

Genial. Daquelas ideias que de tão boas, parecem quase óbvias, e nos deixam pasmos de não serem já um produto industrial consolidado.

Como ando de PX não tenho um "met in" para me ocupar o raciocínio espacial, mas possuindo uma GTS e afins consideraria este um acessório indispensável. A questão que fica é conseguir mão de obra adequada para tal. Se quem fez o primeiro o fez bem, não poderia fazer mais?

Caso não contasse com os emblemas da Vespa, a bolsa poderia tranquilamente ser comercializada livremente no ebay. Fica a sugestão para algo que de fato acrescenta ao universo scooterista.

Abraço,
Leo

VCS disse...

Leo,

Tens razão quanto à comercialização da mala. Não seria difícil fazê-la em pequenas séries, desde que omitisse o logo.

Um abraço,
Vasco

d. disse...

Olá, comprei hoje uma gts 125 e ando a fazer pesquisas para ver se resolvo o problema do capacete... Essa mala substitui o met- In? O capacete cabe lá?
Obrigada, Andreia

VCS disse...

Andreia,

Esta mala não se destina a substituir o met-in.
O espaço que existe no baú (met-in)é exactamente o mesmo, o baú mantém-se. Consequentemente não cabe na mala qualquer capacete que não caiba no baú.
A vantagem da mala é a de permitir gerir e acomodar em antecipação o que pretendemos transportar na Vespa. Longe da scooter. Sem correr o risco de - como muitas vezes acontece - chegar à scooter e perceber que não cabe tudo o que lá pretendemos pôr.

Vasco