domingo, 7 de maio de 2017

Falsa Partida




Já há umas semanas que aqui tenho vindo para voltar a escrever. Por uma qualquer razão, que vai variando, não escrevo mais de duas linhas e paro.

Neste último par de meses consegui pôr em prática uma aspiração antiga, o uso diário de scooter. Os resultados na melhoria da qualidade de vida notam-se bem e são largamente positivos. Curiosamente têm tido também um efeito perverso, que é o de banalizar o uso da scooter, o que me diminui um pouco a sede de a utilizar. Aquela sensação de satisfação especial, que resulta de realizarmos uma actividade não quotidiana que nos induz satisfação ou gozo. É, porém, um mal menor com o qual é muito fácil viver. Aliás, continuo a ter a possibilidade de reservar para esses momentos pontuais a Bianca.

Para quem leu e ainda se lembra do meu último post, saberá que havia na agenda o Road Miles no início de Abril. E então ?

Bom, por razões de força maior tive que regressar de Tomar - onde já estava com o Paulo e o Duarte - a Lisboa na noite de sexta feira e não tive oportunidade de arrancar na manhã de sábado, para experimentar este novo desafio.  

O Paulo e o Duarte ficaram e gostaram do que viram. Um mini Lés a Lés, sem um milhar de ventoínhas azuis e brancas, com muito tempo e espaço sozinhos na estrada e um road book suficientemente bom para entreter. Na era dos gadgets, a organização tinha uma novidade interessante: a possibilidade de seguir os concorrentes via internet em tempo real, através dos transponders instalados em cada uma das scooters. Passei a poder controlar quando é que o Paulo e o Duarte estavam a abastecer, a descansar na beira da estrada, ou a ultrapassar (!?) outros concorrentes. Basicamente, passei de concorrente a director de equipa ocasional à distância.



















No regresso de Tomar na sexta feira, já noite funda, e algo cansado, vim pelo caminho mais rápido até Lisboa. Ou seja, auto estrada, sem grandes correrias. E preocupado com a distância entre abastecimentos na Bala, já que com a afinação actual, na cidade, não percorro mais de setenta quilómetros, em média. Se conjugarmos a distância entre bombas na auto estrada e o adiantado da hora para procurar abastecimento fora delas, a autonomia era, de facto, um problema. Estava a viajar sozinho, sem o jerry de cinco litros do Paulo, e apenas com o meu jerry, de dois litros.

Imprimi um ritmo certo, entediante, por volta dos noventa à hora na A23 e A1, o que me garantiu ser ultrapassado por camiões, automóveis, cães, gatos e coelhos. Consegui fazer cento e quinze quilómetros com um depósito, o que me assegurou uma média mais normal de quatro aos cem. Totalmente diferente do consumo de Porsche em cidade, cortesia da afinação touring do mestre Manel ao embriagado Polini 22. 




2 comentários:

Rui Tavares disse...

Talvez se pegue. Também já várias vezes escrevi a primeira linha no meu blog e apaguei-a...
Não te preocupes com a possível banalização do uso da scooter. Julgando por mim e conhecendo-te, nunca vai ser igual sair para trabalhar ou sair para ir até às Astúrias. Verás.
Quanto à tua falsa partida, muitos passamos por isso. Não é muito bom, mas suporta-se. Recorda-te de 2011: http://rodaspequenas.blogspot.pt/2011/06/ready-set-cant-go.html

Abraço e olha-me para o mapa no norte da Ibéria, pá.

VCS disse...

Rui,
Acho que a diferença, saindo em lazer em vez de trabalho, é muito ampliada se estiveres numa máquina que consideras especial.
Já vi o mapa, mas ainda lhe vou dar uns toques.

Abraço,
Vasco