quinta-feira, 19 de julho de 2012

Desenho e Função



Há algo de fascinante no desenho de uma scooter moderna como a Bianca. Pode dizer-se que o factor de atracção é a herança Vespa. É uma resposta óbvia, mas que não é totalmente verdadeira, nem explica boa parte do íman. Para mim está longe de ser apenas isso. Por exemplo a série LX nunca me atraiu, exactamente o contrário do que sucede com a série GT(S). E se fosse apenas a herança no sentido mais nostálgico, seguramente que teria uma PX ou até uma LML em vez da Bianca.

Steve Jobs, um mago do design, dizia que a maioria das pessoas cometem o erro de pensar que o design é aquilo que uma coisa parece. Mas o design não é só o que os objectos parecem, mas sobre como os objectos funcionam. Ou seja, a função e a forma, muito para além do simples desenho, estático, inerte.

Tomando o exemplo da Bianca. O seu desenho é obviamente importante por si, no seu impacto puramente visual. Mas não se esgota aí a sua relevância. É importante porque permite coisas diferentes. Exemplos ? O volume físico aumentado conduz à (e permite a) capacidade do motor, mas não inibe a economia. A velocidade admitida abre a janela do conforto na coexistência com os outros veículos na estrada aberta. É também sobre isto o design.



sábado, 7 de julho de 2012

Óbidos à Sombra (II)





Existe uma enorme diferença entre tirar e fazer uma fotografia. Fazer uma fotografia exige paciência, tempo, análise do potencial cénico, espera pela luz certa, escolha do equipamento adequado. No fundo, trata-se de criar ou conjugar condições para que a fotografia aconteça. É raro uma boa fotografia acontecer por acaso.






Fazer uma fotografia é um processo laborioso, mas também delicioso. Combina criatividade, oportunidade, conhecimento, preparação, atenção ao detalhe, inspiração. Raramente é compatível com o simples acto de apontar a câmara e premir um botão.









É inegável que é reconfortante saber que uma fotografia desperta uma reacção em quem a vê ou, melhor ainda, uma emoção. Mas independentemente do resultado final, que tem sempre uma parcela de subjectividade associada, o sal da actividade do fotógrafo amador e entusiasta está no ritual, no processo, e no prazer que dele se retira.





segunda-feira, 2 de julho de 2012

Óbidos à Sombra


Quatro visões sobre um lugar, em Óbidos. Na sua relação com um objecto vivo mas inanimado à sombra - a Bianca. É o fotógrafo que se movimenta para abrir portas à narrativa, em quatro histórias contadas. A primeira imagem sugere. A última revela. No fundo, é um post sobre perspectiva e sobre o poder da fotografia. 













domingo, 1 de julho de 2012

Lés a Lés 2012 (III)




A imagem de abertura foi-me enviada pelo Hugo já depois do último post, e julgo que será da autoria da equipa de fotógrafos que faz a cobertura da prova para a Federação Portuguesa de Motociclismo. Ilustra a Scuderia Sereníssima a experimentar uma forma simples de arrefecer os pneus no Alentejo, num cenário enquadrado por um calmo e refrescante ribeiro ladeado por pilares de pedra todos eles diferentes, mas de grande harmonia.


Em três minutos não editados, o vídeo que se segue condensa um controlo, uma passagem a vau - que se tivesse mais dois metros de largura veria uma Helix a fazer amizade com os peixes - , e uma secção de terra em pista aberta, mais adequada para trails. Por razões técnicas que não domino, o upload do vídeo retirou-lhe qualidade, limitação que não consegui resolver...   





Antecipando o próximo ano, a máquina ideal para extremar o desafio e elevar a fasquia seria... uma Derringer ?