De entre as várias marcas presentes na EICMA com scooters no catálogo, uma houve que nos deteve por mais tempo: Scomadi.
E não foi pelo facto de o espaço físico do stand ser especialmente apelativo, num dos cantos da feira. Foi mesmo pela circunstância de estar exposto um protótipo - mais um - de uma Scomadi especial.
Para quem não esteja familiarizado com o nome é importante dizer que a Scomadi resultou da reunião de dois entusiastas empresários ligados à PM Tuning Ltd e à Scooter Inovation Ltd, que em 2005 criaram esta nova empresa inglesa.
O lema da Scomadi sempre foi construir uma scooter clássica moderna, um tipo de animal que pode revestir várias formas e ter vários pulmões diferentes, mas que usa sempre a aparência dissimulada das velhas Lambretta DL. Bom gosto, portanto.
As versões de 50 e 125cc, refrigeradas a ar, já estavam disponíveis em Portugal. Na EICMA as novidades para comercialização imediata foram a 125cc com refrigeração líquida, e a nova 200cc, todas automáticas.
O desafio da Scomadi parece ser ganhar escala e produzir a preços competitivos, sem comprometer a qualidade. Parece haver alguma dispersão entre as cilindradas baixas, produzidas no Oriente, e que supostamente poderiam dar algum volume, e os projectos mais arrojados, como a Flagship, o modelo com o motor Quasar da Piaggio, que é usado, entre outras, nas Vespa GTS 300.
Este projecto 300 foi agora descontinuado, segundo nos disseram em Milão, por motivos relacionados com o recuo contratual da Piaggio no fornecimento de motores. O que é facto público é que a Scomadi estava a tentar financiar a produção em massa das 300 com recurso a crowdfunding, e aparentemente esse esforço não terá sido suficiente.
Perante este revés os ingleses não desistiram e apresentaram em Milão algo, para mim, mais apetecível: uma 250cc, a quatro tempos, com transmissão por corrente e seis velocidades.
A origem do motor é desconhecida, sabe-se apenas que é um motor de moto, não proveniente de qualquer scooter. E não será Piaggio. Não é difícil acreditar que seja um motor oriental.
Parece-me uma ideia tentadora. Afinal, quem mais produz hoje uma scooter nova, com um nível de performance apetecível de fábrica, e de caixa manual ? Resposta: ninguém.
A questão a devolver é: para que mercado apontar ? Alta qualidade de produção, componentes e acabamento, um produto de nicho com poucas unidades e o consequente preço alto ? Ou alguns compromissos para tentar jogar no tabuleiro dos concorrentes, todos eles com mais músculo e capacidade de escala, mas sem um produto equivalente ?
Por mim, penso que estaria disponível para olhar com atenção para uma scooter desta natureza, desde que, no mínimo, estivesse em linha com os padrões de qualidade de construção de uma Vespa actual. E menos disponível para um produto de baixa qualidade, com componentes duvidosos, a um preço vinte ou trinta por cento inferior a uma Vespa de cilindrada ou performance equivalente.
Aqui está uma boa questão estratégica para a Scomadi resolver.
As versões de 50 e 125cc, refrigeradas a ar, já estavam disponíveis em Portugal. Na EICMA as novidades para comercialização imediata foram a 125cc com refrigeração líquida, e a nova 200cc, todas automáticas.
O desafio da Scomadi parece ser ganhar escala e produzir a preços competitivos, sem comprometer a qualidade. Parece haver alguma dispersão entre as cilindradas baixas, produzidas no Oriente, e que supostamente poderiam dar algum volume, e os projectos mais arrojados, como a Flagship, o modelo com o motor Quasar da Piaggio, que é usado, entre outras, nas Vespa GTS 300.
Este projecto 300 foi agora descontinuado, segundo nos disseram em Milão, por motivos relacionados com o recuo contratual da Piaggio no fornecimento de motores. O que é facto público é que a Scomadi estava a tentar financiar a produção em massa das 300 com recurso a crowdfunding, e aparentemente esse esforço não terá sido suficiente.
Perante este revés os ingleses não desistiram e apresentaram em Milão algo, para mim, mais apetecível: uma 250cc, a quatro tempos, com transmissão por corrente e seis velocidades.
A origem do motor é desconhecida, sabe-se apenas que é um motor de moto, não proveniente de qualquer scooter. E não será Piaggio. Não é difícil acreditar que seja um motor oriental.
Parece-me uma ideia tentadora. Afinal, quem mais produz hoje uma scooter nova, com um nível de performance apetecível de fábrica, e de caixa manual ? Resposta: ninguém.
A questão a devolver é: para que mercado apontar ? Alta qualidade de produção, componentes e acabamento, um produto de nicho com poucas unidades e o consequente preço alto ? Ou alguns compromissos para tentar jogar no tabuleiro dos concorrentes, todos eles com mais músculo e capacidade de escala, mas sem um produto equivalente ?
Por mim, penso que estaria disponível para olhar com atenção para uma scooter desta natureza, desde que, no mínimo, estivesse em linha com os padrões de qualidade de construção de uma Vespa actual. E menos disponível para um produto de baixa qualidade, com componentes duvidosos, a um preço vinte ou trinta por cento inferior a uma Vespa de cilindrada ou performance equivalente.
Aqui está uma boa questão estratégica para a Scomadi resolver.
2 comentários:
Pois é... Eu também fiquei "preocupado" com esta conversa.
Leve, jantes 12", travões de disco, bons amortecedores, e qualquer coisa da ordem dos 30cvs a passar por uma transmissão de 6 velocidades.
Faz pensar não faz?
Paulo
Obrigado Vasco. Era mesmo esta explicação que faltava. Não sei se vai ser real mas era mesmo o que o médico receitou, pois a 300 já me falava ao coraçao, agora com mudanças era mesmo o produto que faltava.
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