Vinte anos de afastamento dos pedais é muito tempo. Durante este período, a minha relação com o ciclismo reconduziu-se ao sofá, assistindo ao Tour sempre que podia, com um entusiasmo especial nos anos de Lance Armstrong. Das vitórias e do seu regresso. Ainda me custa acreditar na recente retirada dos títulos do americano que venceu o cancro para se cobrir de glória em cima de uma bicicleta na prova mais carismática do mundo. Vídeos como este sempre me inspiraram. Mas nunca foi suficiente para comprar uma bicicleta de estrada que em miúdo tanto gostava de ter tido.
Este Verão retomei o gosto pelo pedal, primeiro com uma bicicleta de BTT low cost que trouxe para a garagem e em que montei uns pneus de estrada. Para me testar e perceber se era um interesse que me motivaria. Senti-me bem a rolar de novo sem gasolina, descobri os prazeres das voltas em ciclismo nocturno, o ambiente de uma massa crítica. E fiquei com vontade de avançar. A saudável e actual febre das bicicletas urbanas também me tentou. As minhas meninas até queriam oferecer-me uma bicicleta que fosse boa e bonita. Acabou por não ser respeitado o critério da beleza. Primeiro porque queria uma bicicleta de estrada. E uma boa bicicleta de estrada, para ser verdadeiramente bonita, exige a correspondente contrapartida financeira. Preferi uma boa e acessível. As questões orçamentais estão sempre na equação, especialmente porque o uso que lhe pretendo dar não é diário, nem tenciono entrar no club racing. Apenas gozar a adrenalina de uma máquina simples, rápida, reactiva e movida pelo meu esforço. É encarnada, cor única no catálogo. Red Rocket.
10 comentários:
Meu amigo! Pareces acabar sempre por te converter a bons hábitos. Primeiro a scooter, agora a bicicleta.
Pela minha parte estou encantado com o BTT, mas adorava ter uma igual à tua para aqueles dias em que não tenho tempo ou companhia para ir à serra. Quem sabe um dia destes...
Vais ver que te vais sentir entusiasmado assim que começares a ganhar ritmo. Não deixes que o mau tempo te desencoraje!
Temos de admitir que se não retomássemos o exercício agora, daqui a uns anos ia ser pior!
Não que não estejamos ambos com aparência de 20 anos! :)
Grande abraço e boas pedaladas!
Hugo,
A "fininha" era uma aspiração antiga, que esteve adormecida demasiado tempo no meu espírito. Há que recuperar agora.
Estou fascinado com a relação directa entre uma acção no pedal e a reacção imediata na progressão, com poucas perdas. E as sensações incríveis que uma bicicleta destas proporciona. Sem filtros.
Quanto ao exercício, parece-me que tu vês vontade de resgatar alguma actividade física ou desportiva onde eu vejo dois "petrol heads" com hábitos a esverdear.
Grande abraço,
Vasco
Esverdear mas não muito! Não me verás de Prius e espero não te apanhar de Honda híbrido. :)
A principal motivação da bicicleta foi o prazer. A forma física é a desculpa. ;)
Há ainda a grande vantagem da minha Univega permitir praticar TT sem ter de ir ali à bomba meter algo mais do que umas libras de ar (o único bem que, dizem, ainda é de todos).
Aguardo as primeiras reportagens a pedal.
Grande abraço,
Hugo
Sair do sofá agora foi o melhor que fizeste. Duvido que daqui a uns anos tivesses vontade de o fazer. E com o tempo ainda vais descobrir que isso é também um meio de transporte.
Quanto ao vermelho... bem, és meu amigo, por isso passa :)
Hugo,
Ambos sabemos que os híbridos vão mesmo ser inevitáveis. Mais uma razão para gostarmos tanto de clássicos.
Concordo plenamente contigo quanto à hierarquia: o prazer a pedalar é mais importante do que a forma física. Sem ele, era indiferente. Podia ir fazer natação ou jogar badminton.
Eu sei que nunca é verdadeiramente tarde mas... aterrar numa bicicleta de estrada aos 50 talvez seja pedir demasiado ao esqueleto.
Grande abraço,
Vasco
Rui,
É verdade que uma bicicleta de estrada talvez não seja a mais adequada como meio de transporte. Embora muitos a utilizem - e bem - como tal.
Para uma utilização urbana e totalmente despreocupada tenho a tal BTT de supermercado, que prendo sem rebuço a qualquer poste.
É uma das vantagens das bicicletas. Dão gozo a baixa velocidade, não são caras (algumas...), ocupam pouco espaço na garagem, não pagam ISV, seguros ou inspecções. E nem tens que lhes carregar a bateria quando não as usas :)
Abraço,
Vasco
Rui e Vasco: a Motor Clássico do mês que vem tem surpresas para vocês! Espero não ter sido muito impreciso no que escrevi.
O Bob é que não pode ler, porque eu disse mal das Vespas e da Casal Carina. :)
Abraços!
Hugo,
Quanto à Heinkel, o Rui é a autoridade máxima no continente e ilhas.
Não estou a ver o que terás escolhido "do meu lado", mas arrisco a nave. Acertei ?
Quanto ao Bob, está a sofrer os efeitos do apocalipse scooterístico, é improvável que por aqui passe, só se for a pedalar.
Aliás, eu próprio fui atingido por uma lasca de meteorito apocalíptico, sendo disso a melhor prova o facto de estarmos a comentar um post sobre bicicletas no offramp.
Abraço,
Vasco
Vasco,
Por coincidência, também regressei ao desporto activamente este Verão!
Para já, estou na fase da corrida. À única bicicleta cá de casa, já tirei a cadeira de bebé e os guarda-lamas, mas ainda não passei à prática.
Na juventude, o BTT/ciclismo foi o meu desporto e a paixão continua cá dentro.
Que tudo te corra bem.
Abraço,
Nuno
P.S. 1 - Vê estas pérolas, de onde tenho tirado algumas ideias: http://www.forumciclismo.net/showthread.php?3139-Tour-de-force-as-crónicas-de-André-Carvalho
P.S. 2 - A boca do ciclismo, no relato da serra do Suido, era mesmo para ti... Já tinha lido este post.
Nuno,
Obrigado pelo teu post.
O ciclismo é um mundo que me vem despertando interesse por vários e bons motivos, e identifico-me com muito do que vi escrito na introdução desse link que deixaste, embora, honestamente, não me veja com disponibilidade para jornadas tão arrojadas como algumas das ali descritas. Cada um ao seu ritmo.
Um abraço,
Vasco
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