segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Pioneiros Regulares (III)



O vosso escriba a controlar no CHP em Sintra, com os comissários
Pedro 42 Ferreira a averbar o tempo na carta, e João Máximo na mesa.
Notem o relógio visível na mesa do controlo.
 

O dia amanhecera com algum nevoeiro típico da romântica vila de Sintra, mas às nove e cinquenta, hora em que entrei no controlo horário de partida (CHP), já havia levantado. Este primeiro controlo do dia correu de acordo com o planeado para a generalidade da comitiva. Um óptimo prenúncio para os cinco controlos seguintes. Quatro deles secretos, os dois primeiros na PR1, no Gradil, e os dois seguintes em Vale Benfeito, que constituíam a PR2. E o quinto e último - CHC - no topo da Serra de Montejunto, esta a recompor-se de um fogo recente mas ainda assim lindíssima, como sempre.


A média do Rali era talvez demasiado rápida, quarenta e cinco quilómetros hora, especialmente na parte final, com o troço de terra. Mas nem sempre um ritmo vivo era compensador, porque alguns sectores no percurso eram susceptíveis de conduzir a penalizações por avanço para os mais apressados, o que significa que exigia o ritmo e a cadência certos, sem enganos, para limpar a prova, o que felizmente ninguém conseguiu. Nem eu próprio que averbei cinco pontos na zero-zero - portanto extra-competição - , conhecendo o percurso e os controlos de uma ponta à outra.




Na verdade, do ponto de vista competitivo o Rali foi uma luta a dois, e com Vespas das décadas de setenta e oitenta, apesar de termos várias máquinas do século XXI em prova. Este facto demonstrou - se preciso fosse - que não é necessária uma Vespa com mais de vinte cavalos para ganhar uma Regularidade.


O primeiro líder foi David Testa, com o número 28 no escudo, que passou para a frente no início da PR1, com Rui Jordão, com o número 6, logo a responder e a reduzir a distância para apenas dois pontos no final do sinuoso e traiçoeiro Gradil.




À entrada para a PR2 a P125X número 6 voltou a brilhar e ascendeu à cabeça do Rali com três pontos de avanço, já com dois terços da distância percorrida.


Na PR2, com pouco mais de dez quilómetros que alternavam mau piso inicial e alguma rectas a exigir moderação no andamento, a Vespa número 28 limpou o controlo no final, ultrapassando novamente na tabela provisória a número 6, que penalizou quatro pontos. Estávamos assim à porta do troço decisivo de terra e da subida final a Montejunto com os dois primeiros separados... por um ponto!


Aqui, a Vespa nº 6 norueguesa voou, e penalizou apenas um ponto por atraso, enquanto a Vespa nº 28 chegou seis minutos depois da hora ideal.




Estava consumada a quarta mudança de líder e encontrado o vencedor da 1ª Regularidade Moderna do Vespa Clube de Lisboa, Rui “Agent” Jordão, com quinze pontos, a quem tive a honra de entregar o prémio final, um belíssimo capacete Vespa da nova série PX. 


Um troféu bem merecido que fechou uma edição que pode ter lançado as bases para um novo clássico no calendário do Vespa Clube de Lisboa.






Imagens nº 1 e 4: Nuno Guicho

2 comentários:

Máximo disse...

Foi espectacular! Mesmo!
Nós enquanto organização estávamos um pouco apreensivos quanto a este evento. Era algo novo, nunca feito por nós, e os riscos de algo não correr tão bem como desejamos deixa-nos sempre com um nervoso miudinho...
Mas não. A prova arrancou, e as coisas lá foram sucedendo a um ritmo normal e acima do expectável.
E quando chegamos ao fim, vemos o sorriso na cara dos participantes, a vontade de voltarem numa próxima oportunidade.
Tivemos participantes que nunca tinham estado connosco, outros que já nos acompanham há mais anos do que aqueles que eu ando de Vespa, e a opinião foi muito positiva.
Por tudo isto, Vasco, o nosso muito obrigado. Foi um enorme prazer receber este teu desafio e conseguir pô-lo em andamento.
E pronto... parece que para o ano há mais.
Estou feliz. :D

VCS disse...

Máximo,

Obrigado pelo teu post, que resume um pouco o que para mim é uma sensação nova, a de um sabor a recompensa por ver a prova que idealizámos em andamento.

Julgo que nenhuma prova do VCL em que participe no futuro será vista por mim da mesma forma, porque saber o que implica a logística dá-nos noção concreta desse lado do trabalho "invisível".

Soube-me muitíssimo bem, o trabalho que deu é recompensado pelos sorrisos e comentários dos participantes no final.

Percebo e partilho, por isso, o significado desse teu "estou feliz".

Grande abraço,
Vasco