Pouco mais de dois anos e doze mil quilómetros depois, chegou hoje o dia de entregar a Bala ao seu novo dono.
De todas as que tive, esta foi a minha scooter mais fotogénica. E quem me conhece sabe que esse é um aspecto que valorizo.
Mas não o único.
A separação foi preparada com tempo, pois desde o Verão que a vinha usando cada vez menos, ultrapassada principalmente pelo sentido prático e utilitário da X8 no meu quotidiano lisboeta.
Desde aí, praticamente só saía da garagem para eventos do Vespa Clube de Lisboa, como a Prova do Litro de 2017. Já estava a preparar-me para ir nela no início de Março à Serra da Estrela, onde me levou em 2016.
O período de tempo em que esteve na minha garagem foi relativamente curto, mas, com excepção destes últimos meses, foi bastante intenso.
Recordo em especial uma viagem a solo num fim de semana chuvoso à Serra da Freita em 2016, a participação no Lés a Lés do mesmo ano e, por último, uma gloriosa viagem à Galiza e às Astúrias, em 2017.
Esta viagem a Espanha tocou-me de forma única, como penso que marcou os meus amigos que nela participaram. A Bala foi companheira de luxo nessa aventura. Proporcionou-nos momentos épicos e será sempre lembrada com o carinho que merece.
Não gosto de olhar demasiado para trás. E de ir acumulando scooters.
Ir comprando e vendendo permite-me sobretudo olhar para a frente, que é o que prefiro fazer.
E escrever o próximo capítulo da história.
5 comentários:
Os meios que me proporcionam bons momentos tendem a colar-se a mim. A ti não tanto. Talvez seja melhor assim. Se não tivesses vendido a azeitona, a Bala não teria aparecido para nos oferecer uns bons pares de gargalhadas, que certamente ficarão no nosso espólio de recordações scooteristas. Mesmo assim sinto alguma tristeza ao ver partir a companheira da Handa Nagazoza no LaL, ou a máquina que embirrava em avariar nos locais mais bonitos do Galizasturias, certamente para nos permitir observa-los melhor enquanto limpávamos as mãos depois de desmontar carburadores ou substituir pratos de bobines.
Que o novo dono lhe saiba dar o valor que ela merece.
Lá teve de ser.
Não posso deixar de apreciar a forma romantica, mas mais ou menos desprendida, como vais conseguindo dar rotação às máquinas que te proporcionam bons momentos, tal como refere o Rui.
Claro que em termos práticos é uma opção lógica. Se eu fosse por aí não tinha nenhuma.
Espero que com o uso de scooter quotidiano o blog não se transforme apenas num relato de aventuras citadinas, com furos, avarias e outros detalhes tecnicos, mas que consigas manter os bons registos fotográficos e a inspiração poética que tantas vezes me faz apetecer e a correr devorar kms e apreciar paisagens descontraias aos comandos de uma scooter.
Abraço
Eix... está mal! Devias ter esperado para depois da ida à serra. Queria sentir o gosto dessa máquina vitaminada.
Fico curioso com o que vem aí!
Abraço
Rui,
A ideia de ir acumulando as scooters de que gostamos pode ser limitativa num certo sentido. Por questões financeiras, de logística, de disponibilidade de tempo, (ou outras, ou todas mesmo), não vai ser possível ir somando sem ir desimpedindo a garagem.
Gosto de manter o meu balão a voar relativamente leve, dentro do possível.
Ter (ou manter no stock) menos, é ganhar disponibilidade para mais.
Para outras scooters.
Ainda há várias que não perdi a esperança de vir a trazer para a garagem. Para lhes dar a chance de nos fazer soltar essas novas gargalhadas.
Abraço,
Vasco
Júlio,
Não chegaste a andar na Bala ? Como é possível ?!?
Para já não está prevista substituta para a Bala.
Lisboa permite-me esta maravilha que é andar todos os dias de scooter, mas limita-me na questão da garagem. A X8 é uma sem abrigo e vai manter-se assim. Mas não ficará ao serviço para sempre.
No fim do dia, as candidatas ao lugar da Bala são sempre duas ou três. Depois destas duas indianas de boa memória, acho que a minha oitava scooter será italiana.
Abraço,
Vasco
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