quarta-feira, 22 de abril de 2015

Benefícios de Uma Insónia





Sexta para sábado. Deito-me cedo porque estou exausto de uma semana de loucos. E com uma rara insónia que me impediu de prosseguir no sono para além das cinco e meia da manhã. Às voltas na cama, aguentei até às seis e vinte. "Vou ver o dia a nascer". 


Capacete aberto, luvas. Kick. Saio da garagem e o céu está naquela transição do escuro profundo para um progressivo azul clareado. Naquela  luz que se mede diferente a cada minuto que passa. Paro cá fora, disfarço que ajeito o capacete e as luvas, como se alguém estivesse a observar-me. Na verdade, estou a olhar o céu a mudar. O sol não se vê e o frio ainda é o da noite. Deixo-me estar sentado em cima do banco creme, motor a trabalhar, sincopado. E, apesar dele, muitos pássaros alegres dominam as árvores em redor, indiferentes ao tímido pam-pam-pam. Agradeço à insónia a oportunidade, pressiono a embraiagem e rodo o punho para engatar a primeira. 


Escolho o rumo ao acaso, mas sei que a Nikon vai sair do saco para completar o passeio. Não vou muito longe. Alguns dos cenários de Bianca, ver passar o primeiro comboio à luz do dia. Vão ser duas horas a fotografar e a voltar a ver coisas simples. Descendo ao vale ainda escuro e subindo à montanha já clara. Já respiro melhor assim. 













2 comentários:

Lyp disse...

Olá Vasco.

Estava com saudades de um destes.

Tal como a Nikon e a azeitona, também eu agradeço a tua insónia.

Um abraço
Filipe

Cantifas disse...

Grande Vasco! abraço