domingo, 25 de janeiro de 2015

29 / 14 & Outros Números





O que aqui se vê é arqueologia éle-éme-élista no pós-cirurgia à forqueta. Estão vocês a dizer: "parece-me que há alí peças que nada têm a ver com uma forqueta". Verdade. Mas não se esqueçam que a operação não visava a mudança de se... err...natureza. Ainda é uma LML. Logo, há outros órgãos que precisam de atenção.   









A presença da LML no hospital foi prolongada e o tempo despendido avariou o taxímetro. A narrativa era tão extensa que uma folha de factura não foi suficiente. 

Em contrapartida, posso provar documentalmente que o sangue azul PX E já corre nas veias da minha indiana a quatro tempos. Não foi preciso encomendar material com caril. Não. Tudo PX E, supostamente italiano e compatível.   




E o preço a pagar ? As peças são miúdas e nem são caras. Procuro a soma e nada. Viro a página e lá vem o taxímetro da mão de obra. 

Concluo duas coisas. Primeira: se tivesse habilidade mecânica podia perfeitamente fazer sozinho e barato, porque essa é uma real vantagem da LML. Segunda: pela primeira vez percebo que o meu projecto low cost está a derrapar como uma obra pública.






Pelo menos tenho a Azeitona em condições. Agora a meu gosto do ponto de vista mecânico. Decido então aproveitar a saída da oficina para ir experimentar a máquina. 

Enquanto fazia contas de cabeça e tentava ensaiar uma justificação racional para a súbita leveza que sentia no meu bolso, reparei que o trânsito no meio da cidade estava anormalmente caótico. 

Na segunda rotunda que encontro vejo vários Aston, MG, Sunbeam, Triumph, Bentley, Jaguar... Todos no pára-arranca. Lembro-me então que vira há umas semanas que o Encontro dos Ingleses, um passeio de clássicos com tradição, passaria por Torres Vedras este ano. Deve ser hoje. Vou atrás de um lindíssimo Jaguar E Coupé, amarelo suave, e decido segui-los quando o trânsito desanuvia à saída da cidade.    

O ritmo é bastante alegre, e a sinuosidade do percurso ditado pelo roadbook obriga-me a puxar a LML pelo pescoço para acompanhar a caravana. Não é só entre Lambrettas que se fazem duelos na estrada. Aqui também se esganam aceleradores, mas com mais zeros na equação. No meio da serra, acabo por fazer um inesperado e bem sucedido teste à máquina em companhia ilustre. 

Em vez de partilhar as curvas com a Heinkel do Rui, a indiana está a disputar uma travagem no meio de um Healey e de um XJS V12 ! 

Isto sim, é estilo ! 









2 comentários:

Miguel Sala disse...

Pois...a LML já começou a derrapar (no orçamento). O passeio e o gozo que tiveste em ter como companhia esses clássicos de sotaque BigBeniano, ajudaram certamente a esquecer os cifrões gastos na tua pizza de caril.
Só desejo que não sejam essas contas que te obriguem a prender à azeitona... e a desfazer de uma fiel Maxi Asa.

VCS disse...

Miguel,

A pizza com caril é um departamento à parte. A CN é talvez a melhor scooter que tenho, não há comparação possível com a LML. Porém, ter 3 scooters é uma irracionalidade que não me dá grande prazer, não tenho espírito para coleccionador, e não há muito mais a descobrir com a CN...

Abraço,
Vasco