domingo, 21 de dezembro de 2014

Borracha






Seis mil quilómetros depois, o Pirelli GTS traseiro acabou. O pneu frontal acusava muito menos desgaste, mas estava estranhamente ressequido nas paredes laterais, para além de que havia sido construído em 2009. Se esperasse pela próxima troca do pneu traseiro, provavelmente estaria com oito ou dez anos. Acresce que não ia voltar aos Pirelli GTS, pelo que decidi trocar os dois.


Depois de ter ouvido boas referências da Motocenter, solicitei orçamento e conselhos sobre que borracha montar. O serviço de aconselhamento foi célere e eficaz e após alguma ponderação optei pelos Michelin City Grip, a escolha OEM que actualmente é usada pela Piaggio nas novas Vespa GTS.
 

 
 
Marquei para sábado de manhã, e depois dos últimos quilómetros gelados e cheios de nevoeiro em cima dos Pirellis, fui recebido pelo simpático Francisco, sócio da Motocenter com quem tinha trocado os emails. Quando tirei o capacete fechado o Francisco reconheceu-me como... organizador da Regularidade do VCL ! Rapidamente associei e percebi que é um dos participantes habituais na sua PK50 preta e também sócio do Vespa Clube de Lisboa. O que não sabia é que tinha uma oficina de pneus. 

 
A Motocenter é um espaço aberto ao público em 2014, com instalações centrais em Lisboa, perto da Praça de Espanha. De acordo com o Francisco, trata-se da primeira oficina de pneus ibérica exclusivamente dedicada a motos, o que já de si é um facto de relevo. Fala-se uma linguagem de motociclista e as motos não são um estorvo e embaraço no meio dos automóveis. São o centro das atenções.


Mas mais do que estes factores, que há que reconhecer que são diferenciadores, o que realmente me fez optar por experimentar a Motocenter foi a disponibilidade de um serviço que há muito procurava e que nunca encontrei em oficinas de pneus: calibra rodas de scooter. O que faz toda a diferença. 
 

 

 

Os Michelin estão agora com pouco mais de meia centena de quilómetros, e é óbvia a diferença para os pneus anteriores. O que se explica pelo desgaste extremo do quase plano Pirelli traseiro, que degradava a experiência de condução, em especial tornando menos linear o movimento de inclinação.


Verifiquei já que não tenho wobble, que era uma das minhas preocupações com a troca de pneus e, como é sabido, um ponto sensível das GTS. Ainda é cedo, porém, para formar uma convicção mais abrangente sobre estes City Grip. 

 







13 comentários:

Jorge Abreu disse...

Eu só posso dizer bem dos City Grip.
O primeiro pneu traseiro da minha GTS300, durou 13500km, por sinal, um valor muito bom para o que tenho ouvido de outras Vespa.
O segundo pneu traseiro, já vai em 9000 (22500 no odómetro) e parece que ainda está bem para as curvas...
O CityGrip frontal ainda é o original e está em forma!

VCS disse...

Jorge Abreu,

Eu estou preparado para perder algum grip em seco para os Pirelli, em troca de alguma durabilidade extra, e de um comportamento mais competente em molhado.

Essas quilometragens - por exemplo do pneu traseiro - correspondem a mais do dobro do que o Pirelli GTS 24 fez: o meu, com 6000 quilómetros estava completamente slick. Claro que esse desgaste pode ser influenciado por diversos factores difíceis de quantificar, como estilos de condução, peso, velocidade, entre outros. Mas ficaria já muito satisfeito se o City Grip fizesse 9000kms.

Vasco

Jorge Abreu disse...

Pelos comentários de amigos meus com Vespa, a média dos CityGrip traseiros andam quase todos pelos 6000/7000 km, por isso, eu tenho sido o "anormal".
Os 13500 do primeiro também foram bem puxadinhos (já estavam bem slick), ainda tentei esperar pela revisão dos 15000, mas não deu (na revisão dos 10000 estavam "bons", degradaram-se depressa entre estas quilometragens).

Em média, devo verificar a pressão (1.9/2.3) dos pneus de quinze em quinze dias, raramente deixo passar mais dias. Condução com velocidade elevada, arranques lentos (a GTS300 tem um problema qualquer de arranque desde os 10000km que o mecânico nunca conseguiu resolver), estradas degradadas, muitos pára/arranca, travagens "equilibradas".

;)

ScooterJunkies disse...

Bem vindo ao maravilhoso mundo dos CityGrip :) São dos melhores pneus que tive em qualquer moto e em molhado são excepcionais.
O meu da frente tem 19000km e está em muito bom estado, enquanto o traseiro durou cerca de 13000km, tendo sido substituído por outro igual para ir ao Tamanco. Aqui nas voltinhas teria durado mais uns 2000km.

VCS disse...

Jorge Abreu,

Isso é que é poupar pneu ! A minha experiência com os Sava e Pilot SC na GT200 nunca chegou a essas quilometragens. O Sava traseiro durou perto de 8.000, foi o melhor que consegui em termos de durabilidade.

Este Pirelli GTS 24 desapareceu nos últimos 1000kms. Dos 5000 para a frente o desgaste notou-se muito mais.

Vasco

VCS disse...

ScooterJunkies,

A minha primeira escolha tinha sido os Power Pure, mas foram-me desaconselhados por quase toda a gente que já os montou, com uma única excepção: o Luís Trigo, que diz muito bem deles e já se fartou de viajar com estes pneus.

Decidi não arriscar e optei pelos City Grip. Na Motocenter aconselharam-me também os Dunlop ScootSmart.

Abraço,
Vasco

Julio disse...

A propósito da duração de um pneu, há um factor fundamental que é o número de km´s feitos de seguida. Por exemplo, fazer 400 ou 500km num dia desgasta muito mais do que a mesma distancia dividida em vários dias. Pela simples razão que em viagens longas os pneus vão mais tempo quentes. Nos pequenos trajectos diários isso não chega a acontecer.

Jorge Abreu disse...

Vasco,
Sava não quero vê-los nem pintados. Na LML foi um desastre, em molhado era do piorio, e até em seco não era seguro.
Quando troquei para os S83, até parece que tinha uma mota nova. Agora (e por enquanto) não quero outros na LML.
Na GTS300 o pneu dianteiro com 22500 penso que ainda vai durar mais algum tempo, parece novo. Enquanto não sentir falta de segurança e estabilidade assim continuará.
O traseiro será avaliado na próxima revisão dos 25mil.

Júlio,
no meu caso, diariamente costumo fazer em média: 7+7+7+7+10+10...

VCS disse...

Júlio,

Julgo que essa afirmação é verdadeira, e ainda mais nas scooters de roda baixa como as Vespa (10´ e 12´), em que para percorrer a mesma distância temos muito mais rotação do pneu do que nas scooters de roda alta (por ex. 16´). O aquecimento é um factor determinante.

Abraço,
Vasco

VCS disse...

Jorge Abreu,

Nâo sei porquê, mas identifico-me com essa parelha de scooters: Vespa GTS 300 e LML. :-) É uma 2T ou 4T ?

Os Sava eram OEM nas GT200. Na minha LML tenho um Sava de rasto clássico (estilo S83) atrás e não aconselho. À chuva é uma lotaria. À frente tenho o Heidenau K61.

Vasco

C disse...

Boas Vasco,
Este é um daqueles posts que apelido de serviço público.
Fiquei a conhecer que afinal à casas de pneus só para motas e ainda por cima mesmo no centro de Lisboa.
Aprendi uma palavra nova, wobble! Creio que a minha GTS não é excepção e padece dessa maleita.

A minha GTS tem cerca de um ano a mais que a tua e talvez mais uns 1.500 km e continuo com os pneus de origem (que serão de 2009 ou talvez até de 2008). Tenho de olhar bem para eles para ver como estão, principalmente o de trás, que anda mais escondido. Mesmo que não os troque, gostava de re-calibrar rodas.

Mas uma das minhas dúvidas sempre foi exactamente para que pneus fazer a troca.
Já tens mais experiência com os Michelin? Confesso que a durabilidade não me preocupa muito, pois em média faço pouco mais de 1.000 km/ano, mas estabilidade, segurança e conforto sim. Como são nestes parâmetros os Michelin?

Abraço
Castanheira

C disse...

Boas Vasco,
Este é um daqueles posts que apelido de serviço público.
Fiquei a conhecer que afinal à casas de pneus só para motas e ainda por cima mesmo no centro de Lisboa.
Aprendi uma palavra nova, wobble! Creio que a minha GTS não é excepção e padece dessa maleita.

A minha GTS tem cerca de um ano a mais que a tua e talvez mais uns 1.500 km e continuo com os pneus de origem (que serão de 2009 ou talvez até de 2008). Tenho de olhar bem para eles para ver como estão, principalmente o de trás, que anda mais escondido. Mesmo que não os troque, gostava de re-calibrar rodas.

Mas uma das minhas dúvidas sempre foi exactamente para que pneus fazer a troca.
Já tens mais experiência com os Michelin? Confesso que a durabilidade não me preocupa muito, pois em média faço pouco mais de 1.000 km/ano, mas estabilidade, segurança e conforto sim. Como são nestes parâmetros os Michelin?

Abraço
Castanheira

VCS disse...

Castanheira,

Ainda é cedo para falar dos Michelin City Grip, quase não rodei depois da troca, tenho andado mais com a CN. Não posso, por isso, adiantar muito mais do que já disse anteriormente.

O que é um facto é que há muitas GTS com City Grip a rolar diariamente, com feedback muito positivo. A outra opção que me foi proposta era o Dunlop Scootsmart (de que não encontrei qualquer opinião na GTS) e ainda o Bridgestone Hoop (idem).

No ModernVespa há muitos utilizadores de GTS satisfeitos com o Heidenau K61 (que tenho na LML à frente).

Basicamente a escolha que fiz foi a menos arriscada, aquela que tinha mais opiniões, e não me recordo de alguma delas ter sido negativa. Ponderei inicialmente os Michelin Power Pure, que me foram desaconselhados por vários utilizadores, e o Francisco (MotoCenter) também manifestou reservas.

Penso que se optares pelos City Grip ficarás bem.

Abraço,
Vasco