quarta-feira, 4 de junho de 2014

# 9





Últimos preparativos para a viagem rumo a Lagoa, no Algarve, para a partida do Lés a Lés. Este ano com o número nove. Dois mil quilómetros em perspectiva.

O dia zero é um dia descontraído,  de deslocação até ao local da partida, com pouco mais de trezentos quilómetros de horizonte, sem horários a cumprir.
 
O Rui virá do Porto com cerca de trezentos quilómetros a solo na Lambretta, finalmente pronta. Juntamo-nos todos em Lisboa, sem um plano fixo de viagem. Por mim almoçamos peixe, junto à costa. Mas com scooters com cinquenta anos de idade no quarteto é mais prudente não planear a este nível de detalhe. 
 
Esperámos meses por estes dias. Pelo passeio em agenda, pois sempre são cinco dias seguidos, pela amizade que nos liga, pelo prazer que estas máquinas já mostraram ser capazes de nos proporcionar, quer na estrada, quer na garagem a prepará-las.
 
E pela cumplicidade que cada um de nós tem com aquela amálgama de aço, plástico e borracha a que chamamos scooter, e na qual confiamos, com doses variáveis de fé, para nos guiar ao fim do desafio.
 
Em alguns momentos da viagem a scooter será bastante mais do que uma máquina. Sofrerá, esforçar-se-à. Terá até coração. Ouvirá e perceberá confidências que vamos dizer dentro do capacete, sem que mais ninguém ouça. Poderá amuar e fazer birra. Poderá ser uma heroína. Como se tivesse alma. 
 
Em 2014 o Lés a Lés será um desafio especial para o Rui, que completa este ano o seu trio de scooters na prova, depois da Heinkel, e da Vespa. Todas elas com muita história atrás de si. Com a Heinkel foi quase fácil, com a T5 foi esquizofrénico. Com a Lambretta, veremos. Na ausência de outras Lambretta em 2014, a Handa Nagazoza será a mais bela scooter a cruzar o mapa de sul para norte de Portugal por estes dias. No dia dez saberemos se esteve à altura dessa beleza.
 
Imagem do Lés a Lés 2013, adquirida à organização
 
 
  

1 comentário:

Rui Tavares disse...

A Handa Nagazoza agradece o elogio e garante que vai fazer tudo para conseguir.