O Salão de motos mais importante do ano para construtores europeus, e até mesmo para alguns asiáticos, é a EICMA. Em Novembro de cada ano, as marcas acotovelam-se num espaço gigantesco em Milão para causar impacto com as suas novidades. É fundamental para as marcas deixarem uma boa primeira impressão junto do público e da imprensa internacional com os novos modelos. Porque é aqui, por um lado, que se lançam as novidades comerciais que importam para o ciclo de vendas do ano seguinte. E, por outro, é também na EICMA que se afere o capital de vitalidade de uma marca, pelo número e qualidade dos modelos novos que exibe.
A Piaggio lança como novidade no seu braço Vespa a Primavera, um nome clássico dos anos 70. Mantém, por isso, a receita revivalista pelo menos na designação. Prefiro nomes a números e siglas. Esta Primavera partilha apenas o nome clássico com a antecessora, já que é uma scooter automática, assumidamente a cumprir o caderno de encargos pragmático do século XXI.
Ainda não se sabe ao certo se a Primavera substitui a LX ou a S, ou se vai coexistir com estas. Mas é clara a inspiração da nova Primavera no desenho de alguns pormenores da exclusiva 946, que tem um porte semelhante. Os balons mais elegantes do que os da LX, e linhas menos suaves, com um vinco simulado no avental por uma grelha próxima da 946, são alguns dos pormenores perceptíveis pelas poucas imagens oficiais que a Piaggio libertou. Mas há também inspiração na GTS Super, pois o desenho do banco e pega traseira são idênticos, embora em escala reduzida.
O desenho não parece ter nada de revolucionário, nem de especialmente entusiasmante. Julgo que funcionará mais como uma scooter que capitaliza alguns traços do estilo lançado com a 946, mas a um preço que pode ser entendido pelo mercado como razoável. Em relação à muito bem sucedida LX - de cujo desenho nunca fui adepto - parece-me, do pouco que ainda foi divulgado, um traço mais feliz e equilibrado, embora não apaixone.
Ainda não se sabe ao certo se a Primavera substitui a LX ou a S, ou se vai coexistir com estas. Mas é clara a inspiração da nova Primavera no desenho de alguns pormenores da exclusiva 946, que tem um porte semelhante. Os balons mais elegantes do que os da LX, e linhas menos suaves, com um vinco simulado no avental por uma grelha próxima da 946, são alguns dos pormenores perceptíveis pelas poucas imagens oficiais que a Piaggio libertou. Mas há também inspiração na GTS Super, pois o desenho do banco e pega traseira são idênticos, embora em escala reduzida.
O desenho não parece ter nada de revolucionário, nem de especialmente entusiasmante. Julgo que funcionará mais como uma scooter que capitaliza alguns traços do estilo lançado com a 946, mas a um preço que pode ser entendido pelo mercado como razoável. Em relação à muito bem sucedida LX - de cujo desenho nunca fui adepto - parece-me, do pouco que ainda foi divulgado, um traço mais feliz e equilibrado, embora não apaixone.
As mecânicas anunciadas são de 50cc, ciclo dois e quatro tempos, e também os recentes 125 e 150 cc de três válvulas. Alguma discussão ainda subsiste sobre a dimensão das rodas, que se pensa que serão de onze polegadas. Amanhã o espaço virtual estará cheio de imagens da Primavera, o que trará nova luz sobre esse detalhe.
A Piaggio está a dar grande publicidade aos números e ao crescimento que tem atingido consistentemente na última década. Em 2004 - ano do lançamento da série GT(S) - a Vespa vendeu 58.000 scooters. Em 2012 vendeu 165.000, e 2013 vai ser melhor, com os resultados dos mercados orientais a contribuirem cada vez mais para essa expansão. Modelos como a Primavera serão, na óptica da Piaggio, fundamentais para consolidar este crescimento. Goste-se ou não da Primavera e desta estratégia, a verdade é que não há muitas marcas de motos a crescer a este ritmo em época de crise aguda na Europa e EUA.
imagem: Piaggio
4 comentários:
Update: Actualização do site oficial Vespa hoje, com fotos e videos da Primavera:
http://www.vespa.com/en/primavera
Foi com surpreza que soube da apresentação desta nova Vespa no EICMA.
Também concordo com a transição para nome, ao invés de siglas, dado que qualquer Vespa é muito mais que um mero meio de locomoção ou objecto. É mais um animal de estimação e ninguém chama LX, GTS ou mesmo R2D2 ao seu cão ou gato. :D
Em relação ao design, efectivamente não é entusiasmante ou apaixonante (eu em 2008 apaixonei-me logo que vi a GTS Super), mas gosto bastante da secção frontal nitidament inspirada na 946. Já de perfil, não gosto muito da linha lateral demasiado a inclinada da frente para a traseira. É uma linha demasiado cumum nas scooter racing, mas que acho que resulta mal numa Vespa, dada a sua linhagem histórica, onde essa linha é muito mais horizontal. em relação à traseira, não gosto de todo. Muito afilada e semelhante a um cem número de outras scooter asiáticas sem sabor. Deveria na minha opinião ser mais larga/robusta.
Mas pronto, temos de aceitar dado que a malta do design é que supostamente consegue vai "mais à frente". Pode ser que mude de opinião quando as começar a ver ao vivo.
Mas há detalhes fantásticos e adoro o novo painel de instrumentos. É lindo!
Castanheira,
É curioso esse comentário sobre o perfil da Primavera. Eu até gosto da linha do estrado menos paralela ao chão, mas concordo que faz lembrar algumas propostas mais agressivas, que não são a linha tradicional Vespa.
Também acho o painel de instrumentos muito bem conseguido.
Abraço,
Vasco
E a velocidade depois de delimitada?
Enviar um comentário