terça-feira, 15 de janeiro de 2013

In the Sticks




Revisitando álbuns de imagens com o rótulo Bianca no assunto, apercebo-me, e com algum arrependimento, que raras são as vezes em que nelas aparece gente. Uma razão óbvia para esse facto é a circunstância de maioritariamente viajar sozinho. Outra poderia ser, talvez, o facto de me deslumbrar mais com a natureza em bruto do que com a própria natureza humana. Mas suspeito que esta última razão não será verdadeira. Não são muitos os perfis que aqui registo em imagens, mas talvez por conveniência conjuntural, ou até alguma timidez.

Registar as imagens deste e não de outro modo é frequentemente um jogo egoísta, em que gosto de me convencer que sou eu que dito as regras da gramática visual. Que faço o papel do maestro. Na verdade, é uma composição a três. Entre mim, a natureza ou alguma intervenção humana nela, e a máquina. A minha função é quase sempre atrás da câmara. Tenho a ilusão de que dirijo, querendo narrar a história. Mas há sempre um limite, um limbo invulnerável, como uma força psíquica na objectiva, na luz e na sombra, que nunca é verdadeiramente controlável. O que eu vi não é o que se vê na imagem. Nem a percepção de quem a interpreta ao olhá-la. 

Os perfis e os retratos são ainda mais complexos, e as histórias dentro deste género revelam um outro potencial. Sempre me pareceu que é aí que a câmara se pode transformar num microscópio.

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