domingo, 31 de julho de 2011

Antídoto para a Crise - Honda Vision



A tão propalada crise económica tem obrigado muitos a equacionar novas escolhas de transporte individual. Quase em simultâneo, a "lei das 125" veio ajudar a que um extenso mercado potencial dedicasse alguma atenção a este meio de transporte simples, prático, e (quase sempre) económico que é a scooter.    

Várias foram as estratégias seguidas pelas marcas mais tradicionais. Muitas outras chegaram ao mercado e algumas rapidamente ganharam o seu espaço, em regra socorrendo-se de preços competitivos como trunfo comercial.

Este panorama mudou com o lançamento em Abril de 2010, pela Honda, da PCX. Tratou-se de uma ofensiva sem precedentes nos tempos mais recentes, desferida pelo maior construtor mundial, que juntava no mesmo pacote um produto tecnologicamente avançado, com soluções inovadoras como o sistema start-stop já conhecido dos automóveis, e outras raramente vistas em scooters cento e vinte cinco, como a travagem combinada CBS, uma enorme mais valia especialmente para os condutores mais inexperientes. As rodas de catorze polegadas, a injecção electrónica e os consumos bem abaixo dos três litros aos cem fizeram o resto. A estética futurista agradou, e a Honda nem fez um grande esforço nos stands para vender um produto que parece vender-se a si próprio. É que o preço a pagar por tanta tecnologia era demasiado tentador: cerca de dois mil e quinhentos euros. Resultado: a PCX arrasou, e a Honda não chegou para as encomendas. Quando desencaixotava uma PCX, há muito que já se sabia o nome do seu impaciente proprietário.

A crise, entretanto, parece apertar ainda mais e a Honda respondeu: pegou num nome de scooter da minha adolescência, a Vision, inventora do hoje banalizado met-in, e criou uma receita que nos conduz a uma prima da PCX, mas  mais barata. A questão é que não parece ter poupado muito na tecnologia: motor de cento e dez centímetros cúbicos refrigerado a ar mas com injecção electrónica, jantes de catorze polegadas, travagem combinada e um peso de cento e dois quilogramas. Só não está lá o famoso start-stop. A poupança, diz a Honda, decorre dos custos mais contidos com a montagem, que é feita na China.

Para levar uma Vision para casa, o cliente passa um cheque de mil e oitocentos euros. Estamos exactamente no patamar de preço de várias propostas muito válidas, como as SYM Fiddle II ou Symphony, entre outras, mas com mais tecnologia, e uma asa dourada na carenagem. A Honda já tinha tido recentemente uma scooter nesta gama, até mais barata, a primeira Lead 110, que passou despercebida entre nós. Mas era claramente low cost em construção e na ficha técnica. Não é o caso da Vision. Será difícil encontrar uma proposta mais tentadora ao percorrer as tabelas de preços de scooters. É hora da concorrência responder.    

Imagem: Honda

2 comentários:

Anónimo disse...

Pode ser que a Yamaha vá na onda e apresente uma Passol III na mesma categoria. A malta do antigamente que gostava de sacar uns cavalos de acelera agradece...

Um Abraço
Manel Vieira

VCS disse...

Manel,

A Yamaha tem estado adormecida nesta guerra, o que é pena. Se não houver reacção, julgo que a Honda voltará a reinar. Curioso será verificar se será a Vision a canibalizar a PCX, ou o inverso. Mas o cliente luso é sui generis. É bem capaz de não poupar os Eur.700 de diferença, só porque... a Vision tem menos 15cc.

Abraço,
Vasco