Já há umas semanas que aqui tenho vindo para voltar a escrever. Por uma qualquer razão, que vai variando, não escrevo mais de duas linhas e paro.
Neste último par de meses consegui pôr em prática uma aspiração antiga, o uso diário de scooter. Os resultados na melhoria da qualidade de vida notam-se bem e são largamente positivos. Curiosamente têm tido também um efeito perverso, que é o de banalizar o uso da scooter, o que me diminui um pouco a sede de a utilizar. Aquela sensação de satisfação especial, que resulta de realizarmos uma actividade não quotidiana que nos induz satisfação ou gozo. É, porém, um mal menor com o qual é muito fácil viver. Aliás, continuo a ter a possibilidade de reservar para esses momentos pontuais a Bianca.
Para quem leu e ainda se lembra do meu último post, saberá que havia na agenda o Road Miles no início de Abril. E então ?
Bom, por razões de força maior tive que regressar de Tomar - onde já estava com o Paulo e o Duarte - a Lisboa na noite de sexta feira e não tive oportunidade de arrancar na manhã de sábado, para experimentar este novo desafio.
O Paulo e o Duarte ficaram e gostaram do que viram. Um mini Lés a Lés, sem um milhar de ventoínhas azuis e brancas, com muito tempo e espaço sozinhos na estrada e um road book suficientemente bom para entreter. Na era dos gadgets, a organização tinha uma novidade interessante: a possibilidade de seguir os concorrentes via internet em tempo real, através dos transponders instalados em cada uma das scooters. Passei a poder controlar quando é que o Paulo e o Duarte estavam a abastecer, a descansar na beira da estrada, ou a ultrapassar (!?) outros concorrentes. Basicamente, passei de concorrente a director de equipa ocasional à distância.
No regresso de Tomar na sexta feira, já noite funda, e algo cansado, vim pelo caminho mais rápido até Lisboa. Ou seja, auto estrada, sem grandes correrias. E preocupado com a distância entre abastecimentos na Bala, já que com a afinação actual, na cidade, não percorro mais de setenta quilómetros, em média. Se conjugarmos a distância entre bombas na auto estrada e o adiantado da hora para procurar abastecimento fora delas, a autonomia era, de facto, um problema. Estava a viajar sozinho, sem o jerry de cinco litros do Paulo, e apenas com o meu jerry, de dois litros.
Imprimi um ritmo certo, entediante, por volta dos noventa à hora na A23 e A1, o que me garantiu ser ultrapassado por camiões, automóveis, cães, gatos e coelhos. Consegui fazer cento e quinze quilómetros com um depósito, o que me assegurou uma média mais normal de quatro aos cem. Totalmente diferente do consumo de Porsche em cidade, cortesia da afinação touring do mestre Manel ao embriagado Polini 22.
Talvez se pegue. Também já várias vezes escrevi a primeira linha no meu blog e apaguei-a...
ResponderEliminarNão te preocupes com a possível banalização do uso da scooter. Julgando por mim e conhecendo-te, nunca vai ser igual sair para trabalhar ou sair para ir até às Astúrias. Verás.
Quanto à tua falsa partida, muitos passamos por isso. Não é muito bom, mas suporta-se. Recorda-te de 2011: http://rodaspequenas.blogspot.pt/2011/06/ready-set-cant-go.html
Abraço e olha-me para o mapa no norte da Ibéria, pá.
Rui,
ResponderEliminarAcho que a diferença, saindo em lazer em vez de trabalho, é muito ampliada se estiveres numa máquina que consideras especial.
Já vi o mapa, mas ainda lhe vou dar uns toques.
Abraço,
Vasco